Denise Ramiro
No mês em que se comemora o Orgulho LGBTQIA+, will bank, Nubank, BizCapital, Finplace, BV e Santander abraçaram a causa da diversidade com ações de marketing e gestão pautadas pelo tema. E há sinais concretos de que diversidade compensa: pesquisa da consultoria Mckinsey, realizada em 2020, mostra que as empresas tendem a obter 21% mais lucro quando há diversidade de gênero e 35% mais lucro quando há diversidade racial.
O Nubank acaba de divulga a estreia da sua loja virtual, que começa, exatamente, doando 100% do lucro obtido para a TODXS, organização sem fins lucrativos com projetos de inclusão social dessa parte da população. Na lojinha o banco digital disponibiliza – em edição limitada – porta-cartões e cadernos exclusivos com as cores de algumas das bandeiras LGBTQIA+.
Em censo realizado junto aos funcionários anunciado em fevereiro, o Nubank registrou que cerca de 26% dos nubankers – como são chamados os funcionários da empresa – se autodeclararam/identificaram como parte da comunidade LGBTQIA+. Atualmente, o banco digital possui mais de 4,5 mil colaboradores. Antes, o Nubank já havia anunciado nesta semana uma parceria com a cantora e empresária Anitta, que vai além do marketing; a artista preta, funkeira e nascida na periferia do Rio passa a integrar o conselho de administração de uma das maiores fintechs do mundo, e, como tal, terá direito a remuneração diferida em ações (restricted stock units) do banco digital.
O will bank também faz questão de deixar claro o seu posicionamento a favor da diversidade. Sua nova campanha “Cartão aprovado do rolê” é protagonizada por Danny Bond, mulher trans, preta e vinda da periferia. Como parte da ação, a funkeira lançou o clipe da música “Independência da Tcheca”, no qual apresenta o cartão de crédito à sua maneira. De acordo com a fintech, a escolha da Danny Bond foi por conta da sua representatividade em meio à questão da diversidade e pelo fato de a artista ser nordestina, região que concentra mais de 60% dos clientes do will.
O banco BV não ficou de fora do movimento e chamou a atriz Taís Araújo para participar da cocriação de produtos e serviços aliados aos objetivos do banco, que é tornar mais leve a vida financeira de pessoas e empresas. A atriz deu voz à campanha do BV contra a Covid-19 e no momento está à frente da campanha “Sempre Compensa”, que traz informações sobre responsabilidade social e iniciativas ambientais.
A BizCapital, fintech de serviços financeiros para pequenas e médias empresas, aumentou de 62 para 128 o número de pretos no seu quadro de pessoal de 2020 para cá. Na questão da diversidade de gênero, a Biz está quase conseguindo empatar a conta, hoje 46% dos colaboradores são mulheres e 54% homens. O próximo passo, informa a fintech, é aumentar a representatividade feminina na liderança.
A estratégia de utilizar nomes com forte apelo popular também está na pauta do Santander, que chamou o ex-participante do reality Big Brother Brasil Gil para ser o embaixador da marca. Ainda no sentido de promover inclusão, o banco anunciou neste mês a contratação de 43 vagas de tecnologia para profissionais com deficiência em início de carreira; as inscrições estão abertas até o final do mês.
Na FInplace, o comitê de empatia da fintech promove neste mês para os seus colaboradores uma série de palestras, seguidas de rodas de bate-papo sobre o tema da diversidade e inclusão. Atualmente, a empresa possui cerca de 25% dos cargos representados por minorias (lideranças femininas, questões raciais, LGBTQIA+, profissionais acima de 50 anos) e pretende chegar a 35% em um ano. O modelo de gestão pautado pela diversidade e inclusão trouxe resultados em números. Em um ano e meio de vida, a Finplace já conta com dois mil clientes ativos, mais de R$ 400 milhões transacionados e outros R$ 4,1 bilhões em volume de crédito disponível em sua plataforma.
A plataforma The Brigde, que conecta profissionais digitais a oportunidades de trabalho em todo mundo, confirma a busca das fintechs por promover a diversidade em seus quadros. Hoje, a plataforma possui mais de 150 vagas abertas para profissionais de todos os gêneros e níveis de senioridade, com destaque para mulheres, pessoas LGBTQIA+ e pretas. No último ano, a The Bridge também notou que a candidatura de mulheres cresceu 60% na sua plataforma, resultado que atribui a ações encabeçadas pelo mercado para diminuir o gap de gênero na área de tecnologia.
Parada virtual
A Concentrix, multinacional de soluções de customer experience e tecnologia, com mais de 250 mil colaboradores no mundo – dos quais mais de 28 mil estão na América Latina – decidiu repetir neste ano a realização virtual da parada LGBTQIA+.
O tema desta edição será #YouMeUs, que simboliza e amplifica a união e apoio aos colaboradores e comunidade lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer ou questionadores (LGBTQIA+). O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado mundialmente no dia 28 de junho.
A programação começou em 3 de junho, com a realização de um webinar sobre “Comunidade e cultura: Microagressões Sexuais e de Gênero na Comunidade LGBTQIA+”. O evento global contou com a participação de colaboradores de diferentes países, como Alemanha, Brasil, Costa Rica e Filipinas, que compartilharam suas experiências pessoais e profissionais.
Claudia Gimenez, vice-presidente e gerente geral da Concentrix Brasil, destaca a importância destas ações para a empresa: “Um ambiente diverso e acolhedor é positivo para nós e para nossos colaboradores. O respeito e a valorização das diferenças são fundamentais para que todos se sintam bem-vindos e nossa missão é apoiá-los e incentivá-los a falar e compartilhar suas experiências de vida”.