[et_pb_section fb_built=”1″ admin_label=”Título do Artigo – NÃO MEXER!” _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” background_image=”https://finsidersbrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/05/BG-Live.png” global_colors_info=”{}”][et_pb_row _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” global_colors_info=”{}”][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” global_colors_info=”{}”][et_pb_post_title date_format=”d/m/Y” comments=”off” featured_image=”off” _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” title_font=”Montserrat||||||||” title_text_color=”#023146″ title_font_size=”40px” meta_font=”Montserrat||||||||” meta_font_size=”18px” text_orientation=”center” global_colors_info=”{}” author__hover_enabled=”on|desktop”][/et_pb_post_title][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section][et_pb_section fb_built=”1″ specialty=”on” _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” global_colors_info=”{}”][et_pb_column type=”2_3″ specialty_columns=”2″ _builder_version=”4.16″ custom_padding=”|||” global_colors_info=”{}” custom_padding__hover=”|||”][et_pb_row_inner _builder_version=”4.16″ background_size=”initial” background_position=”top_left” background_repeat=”repeat” global_colors_info=”{}”][et_pb_column_inner saved_specialty_column_type=”2_3″ _builder_version=”4.16″ custom_padding=”|||” global_colors_info=”{}” custom_padding__hover=”|||”][et_pb_post_title title=”off” meta=”off” force_fullwidth=”off” admin_label=”Imagem do artigo – NÃO MEXER!” _builder_version=”4.16″ _module_preset=”default” global_colors_info=”{}”][/et_pb_post_title][et_pb_text admin_label=”Texto do Artigo” _builder_version=”4.17.4″ text_font=”Montserrat||||||||” background_size=”initial” background_position=”top_left” background_repeat=”repeat” text_orientation=”justified” hover_enabled=”0″ global_colors_info=”{}” sticky_enabled=”0″]
Há oito anos, quando chegou em Miami, na Flórida, Fabio Torelli já havia feito de tudo um pouco no setor financeiro brasileiro, principalmente no mercado de crédito, com passagens por Citi, Santander e Mastercard. Mas ao desembarcar na terra do Tio Sam, percebeu que havia muito a ser feito em relação ao acesso a crédito. Aliás, o próprio executivo teve dificuldade de conseguir seu primeiro cartão de crédito no país, com um limite “decente”.
“Se você tem menos de 700 de score, está fora, e sua vida será difícil para ter acesso a produtos de crédito”, explica Fabio, em entrevista exclusiva ao Finsiders. “Vivi isso como imigrante. Meu limite inicial de cartão de crédito era de US$ 500. Eu estava no ponto cego do algoritmo. Então, pensei: ‘deve ter mais pontos cegos’”, conta.
Na época, chefe de produtos do Bmg Money — que concede crédito para funcionários públicos nos EUA —, Fabio fez as malas para o Vale do Silício para conhecer tecnologias e novos modelos de negócio, e se deparou com a Plaid, uma plataforma com foco em Open Banking que hoje vale mais de US$ 13 bilhões.
“Ali na Plaid, deu para conhecer o Open Banking no dia a dia. Até que em 2018, comecei a pensar numa ‘new venture’, tendo o Open Banking como fundação”, relembra o ex-executivo e há quatro anos empreendedor.
É ele quem está à frente da OneBlinc, uma fintech que quer desafiar o ‘status quo’ do crédito pessoal para a população de baixa renda no mercado norte-americano.
Crédito ‘não predatório’
A tese é oferecer um crédito saudável, responsável, consciente e não predatório, com foco inicialmente em funcionários públicos e profissionais de saúde — segmentos que normalmente têm baixo turnover, explica Fabio.
A persona da OneBlinc, exemplifica o empreendedor, é uma mulher acima de 40 anos, com três filhos, que ganha três salários mínimos e não tem cartão de crédito, e provavelmente vai fazer algum bico para complementar a renda no mês. Em geral, são pessoas oriundas de grupos de minorias sociais, como negros, e comunidades, como a latina.
A fintech começou oferecendo empréstimo com desconto em folha, depois pivotou para uma modalidade de adiantamento de salário. Hoje, oferece também conta corrente, conta poupança, cartão de débito co-branded com a Mastercard, além de cashback, programa de recompensas (rewards) e marketplace com cerca de 80 marcas parceiras.
Desde o início da operação, a OneBlinc já liberou mais de R$ 700 milhões em crédito pessoal, com intenção de dobrar o volume originado em crédito nos próximos 12 meses.
Hoje, a fintech possui uma base com cerca de 60 mil clientes — eram 25 mil no fim do ano passado. A expectativa é chegar a 200 mil até o fim do ano e bater a importante meta — repetida algumas vezes por Fabio durante a entrevista — de 1 milhão de correntistas. “Acho 24 meses um prazo factível para isso”, diz.
Captação
Para escalar, a fintech acaba de levantar US$ 10 milhões com o inovaBra Ventures, o fundo de Corporate Venture Capital (CVC) do Bradesco que soma mais de 14 startups investidas, entre elas, Agrosmart, Asaas e Smartbrain.
“Nossa tese de investimento na OneBlinc é baseada em 3 pilares da economia americana: 1. estar posicionado em negócios anticíclicos; 2. otimizar empresas com uso de dados alternativos para tomada de decisão de crédito; e 3. ampliar a captura e gestão de dados, aumentando cada vez mais a capacidade de processamento e construção de novos modelos de risco”, explica Rafael Padilha, diretor do Bradesco PE & VC.
O inovaBra Ventures abre uma rodada Série A, que pode chegar a US$ 20 milhões com participação de investidores individuais e de um VC brasileiro de nome não revelado.
“Quando fizemos o seed round, em 2020, colocamos basicamente o dinheiro em tecnologia. Saímos de seis para 50 desenvolvedores”, conta Fabio. “Chegamos nessa rodada já com robustez do ponto de vista de tecnologia. Agora é basicamente growth, marketing, algumas contratações pontuais e importantes.”
Entre pre-seed e seed money, a OneBlinc já havia captado cerca de US$ 8 milhões, incluindo aporte de investidores-anjos, o famoso ‘family and friends’, além de capital próprio dos fundadores.
No captable, estão experientes executivos e ex-executivos, entre eles, José Luiz Acar (ex-presidente do Banco Pan e ex-VP do Bradesco); José Flávio Ramos, CEO do BR Partners; Álvaro Augusto de Freitas Vidigal, o ‘Guti’, CEO da Singulare Invest (antiga Socopa) um dos herdeiros do Banco Paulista; Claudio Amadeo Rodriguez (ex-JUS Capital e Gávea); Marcos Lutz, presidente do Grupo Ultra; e Pedro Campos (ex-Morgan Stanley e JUS Capital).
Parcerias
Como toda startup, que precisa acelerar o ‘time to market’, a OneBlinc tem diversos parceiros, entre eles, a própria Plaid, a Mastercard e a Synapse, como provedor da infraestrutura de serviços e produtos bancários — uma empresa norte-americana que acabou de desembarcar no Brasil, inclusive.
Para originar crédito, a fintech começou com capital próprio e evoluiu para estruturas de funding por meio de provedores de nomes não revelados. “Temos uma linha de US$ 20 milhões e agora fizemos um deal para acessar US$ 100 milhões para funding”, diz Fabio, sem abrir os detalhes.
Mercado
O tamanho do mercado dá pistas do potencial de crescimento da OneBlinc e, claro, que chamou atenção do Bradesco. Segundo estudo de 2019 do Center for Financial Services Innovation (CFSI), mais de 90 milhões de norte-americanos não têm acesso a crédito. Já de acordo com o Federal Reserve, quase 20% da população nos EUA é considerada desbancarizada ou sub-bancarizada.
“Estamos trabalhando com Open Banking há oito anos. Temos acesso a 170 milhões de holerites nos EUA. Quem tem holerite e conta corrente, conseguimos colocar a mão no dado e fazer uma boa análise de crédito”, afirma Fabio. “Por meio do Open Banking, temos mais de 200 milhões de transações bancárias processadas na AWS (cloud da Amazon), e aprendendo com o modelo, usando machine learning. É algo exponencial.”
Ele cita que seu foco é o mercado norte-americano. “Não queremos distração. Já fizemos um piloto no México, mas estamos encerrando porque agora estamos na missão de chegar a 1 milhão de correntistas nos EUA.”
Quando fala de foco, o empreendedor também se refere ao público-alvo. Hoje, a OneBlinc atende bem os servidores públicos e profissionais do setor de saúde. Por isso, a ideia é ganhar espaço ainda maior nesses segmentos para, depois, buscar novos nichos, como trabalhadores de baixa renda do setor privado. “Temos um mato alto ainda no setor público, mas já estamos expandindo para o setor privado, só que com responsabilidade porque os indicadores são de recessão econômica.”
É assim que a OneBlinc quer evoluir em sua missão de desafiar o status quo, atendendo com “dignidade e respeito”, nas palavras de Fabio, o público de baixa renda que não tem acesso a serviços financeiros, inclusive crédito.
Um longo percurso que certamente não será feito num “piscar de olhos” — a expressão que deu origem ao nome da empresa —, mas sempre com o objetivo de resolver o “blindspot” (ponto cego) do acesso a crédito.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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