Artigo: Meios de pagamento, por que precisamos falar sobre isso?

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Por Ricardo Granados*, exclusivo para o Finsiders
Recentemente, a Minsait Payments divulgou o XI Relatório de Tendências de Meios de Pagamento, uma pesquisa que traz dados e a visão de especialistas e consumidores. Entre alguns insights do estudo, o Brasil lidera a lista de países que mais usam o cartão como meio de pagamento e as fintechs ganham cada vez mais mercado entre os bancarizados.

Essas mudanças no comportamento dos consumidores, aliadas ao aumento do uso das tecnologias e de novos meios de pagamento surgindo, têm impactado este segmento. Mas o que de fato podemos esperar do futuro?

Não acredito que os meios de pagamento tradicionais desaparecerão, mas tenho certeza que novas oportunidade de uso surgirão. Por isso, hoje a principal questão é pensar em como transformar a experiência do cliente, permitindo que ele escolha como, onde e quando usar essas ferramentas de acordo com as suas necessidades.

Precisamos derrubar as barreiras entre o físico e digital, mas mais do que isso precisamos entender os rumos que a evolução do setor trará não só para os consumidores — principalmente para as companhias, que cada vez mais precisarão se reinventar para oferecer aos seus usuários experiências, agilidade, conveniência e segurança nas transações.

Não posso deixar de destacar aqui os impactos da pandemia, como ela antecipou tendências e aumentou o uso de smartphones, provocando uma revolução dentro de um mercado tão tradicional, abrindo novas oportunidades, ampliando consideravelmente as transações no ambiente online e rompendo os antigos valores dos espaços físicos.

Essa revolução digital ainda tem desafios gigantes e um longo caminho a percorrer, já que estamos falando de um país onde 35,5 milhões de pessoas não têm acesso à internet, de acordo com pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios brasileiros (TIC Domicílios) 2021, divulgada em junho, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

Sem falarmos das questões de segurança e infraestrutura que cada vez mais ficam em evidência em um mundo mais tecnológico e digital.

Na contrapartida, vemos um crescimento dos bancarizados, principalmente em instituições financeiras digitais. De acordo com a pesquisa da Minsait Payments, em 2021, 64,5% da população adulta bancarizada tinha algum tipo de serviço ou produto financeiro ou de pagamentos e cobranças por meio de neobanks e 26,2% os consideram sua instituição financeira principal.

Por isso, mais do que nunca a tecnologia deve estar ao alcance dos usuários e, por esse motivo, a educação financeira e a alfabetização tecnológica são consideradas importantes desafios para bancos e fintechs, no sentido de desenvolvimento de soluções e infraestrutura que garantam o acesso à internet e serviços financeiros para toda a população.