A Dinie, fintech especializada em ‘empréstimo embarcado via API’ no Brasil, anunciou a captação de US$ 3,8 milhões liderada por Accion Venture Lab e K50 Ventures, com a participação de Flourish Ventures, Domo Invest, Tribe Capital, Capital Lab entre outros. Em entrevista ao portal em junho, Vanessa Viana, sócia da Capital Lab, antecipou que estava finalizando um investimento em uma fintech de FaaS para o varejo.
A empresa também informa que concluiu sua própria estrutura de securitização garantindo mais US$ 20 milhões em capacidade de financiamento de dívida em parceria com a Empírica Investimentos, uma investidora local de crédito estruturado, com uma carteira sob gestão de US$ 1 bilhão.
O investimento será usado para acelerar a infraestrutura de crédito, expor suas APIs junto às maiores plataformas de comércio eletrônico do Brasil e atender mais de 15.000 MPEs (Micro e pequenas empresas) com produtos”embedados” como Conta de Crédito Dinie (limite rotativo em conta) e DiniePay (“Buy now, pay later”, para pagamento parcelado entre empresas).
Ao incorporar sua infraestrutura e serviços em plataformas existentes que as MPEs já usam, Dinie é capaz de alcançar grandes grupos de clientes potenciais. Dinie, então, aproveita os dados das plataformas para aprovar e subscrever rapidamente o crédito rotativo e monitorar o fluxo de caixa e os comportamentos de reembolso para ajustar as linhas de crédito e aprovar novos saques sem papelada adicional. O Limite em Conta digital da Dinie permite ainda que as MPEs financiem seu capital de giro e paguem suas despesas diárias de negócios.
Crise da Covid
O Brasil abriga mais de 17 milhões de MPEs com déficit de financiamento de US$ 480 bilhões e a maioria dos bancos não é capaz de atendê-los de forma eficaz com produtos financeiros adequados às suas necessidades transacionais, convenientes e com boa relação custo-benefício. Com as MPEs migrando substancialmente para modelos de negócios digitais, especialmente após a crise da Covid19, os bancos terão ainda mais dificuldade em atender às suas necessidades de compras online, pagamentos digitais, integração com plataformas digitais e assim por diante. Essas mudanças representam uma enorme oportunidade, num mercado grande e em crescimento acelerado. O comércio eletrônico, por exemplo, o mercado-alvo da Dinie, deve crescer cerca de 20% ao ano nos próximos quatro anos.
“A visão de Dinie é permitir que grandes ecossistemas como plataformas de e-commerce digital sejam potencialmente a “agência bancária” das pequenas empresas, onde produtos financeiros são distribuídos e contextuais, acoplados a jornadas específicas ao negócio. Os bancos se tornam invisíveis na experiência de usuário das empresas, as quais poderão utilizar os seus dados transacionais em troca de produtos financeiros sob medida, mais baratos e sem esforço algum”, afirma Suzy Ferreira, fundadora e CEO.
Nascida em Berlim e lançada em São Paulo em 2019, Dinie já fez parceria com as maiores plataformas digitais do Brasil, como iFood by MovilePay, Elo7 e uruguaio unicórnio de pagamentos dLocal. Em menos de 18 meses de atividade, a Dinie concedeu mais de 1.500 empréstimos, tendo crescido 20 vezes em 2020, o que a levou a ser selecionada pelo programa de aceleração Scale Up Fintech da Endeavor no Brasil. Com a rodada atual, a Endeavor também se torna uma investidora da Companhia através do seu fundo Scale up Ventures.
“Esta rodada nos mostrou que estamos no caminho certo e nos deu confiança para continuar melhorando nossas soluções integradas em grandes ecossistemas digitais para melhor servir as pequenas empresas”, afirma Vinícius Cibim, Cofundador e CFO.