A Nébula, nova ‘catalisadora’ de fintechs criada pela butique de M&A Estáter, de Pércio de Souza, está finalizando a seleção das startups. A informação foi dada ao portal Fintechs Brasil por Semi Kim, gestor da Nébula.
O programa terá um ano de duração, ao final do qual a Estáter pode escolher comprar a fintech – como fez recentemente com a iouu. O grupo alocou R$ 4 milhões no projeto e está disponibilizando cotas de patrocínio nos valores de R$ 15 mil, R$ 25 mil, R$ 35 mil e R$ 50 mil.
“Escolhemos uma plataforma de blockchain, uma de Open Banking, uma que faz tokenização de ativos, uma de consórcio, uma de antifraude, uma de crédito para o agronegócio, uma de energia, uma healthtec e uma de consignado”, diz, sem revelar os nomes pois os contratos ainda não estão assinados. Além dessas, estão em análise duas fintechs de microcrédito.
Kim é consultor de corporate innovation – ele auxiliou a Mauá Capital, por exemplo – , mentor de empreendedores, especialista em fund raising e o responsável pela seleção inicial da Nébula, nome que significa berçário de estrelas. Ele adiantou que não existe um limite de escolhidas: “Apenas não queremos fintechs do mesmo segmento de atuação, pois a ideia é ser complementares”, diz. O ambiente físico comporta até 17 colaboradores, mas há espaço para aceleradas de outras cidades fora de São Paulo que se conectarão através de um ambiente virtual.
“Crosspolinização”
Além de se aproximar dessas fintechs e gerar negócios entre elas, a Nébula quer ser mais do que mais uma aceleradora no ecossistema – por isso prefere ser qualificada como uma “catalisadora”. Segundo Kim, a ideia é promover a ‘crosspolinização’: “A jornada do empreendedor é muito solitária. Vamos oferecer não só conexões, mas suporte e mentoria. Vamos focar menos no espaço físico, e mais no espaço de colaboração”.
O espaço físico – dois andares somando 1,3 mil metros quadrados, localizados em uma das torres de um conhecido complexo de escritórios na Vila Olímpia, onde estão outras empresas do grupo – será inaugurado em 15 de agosto. Um dos andares será totalmente dedicado à convivência, com uma árvore plantada bem no átrio central. “Eu mesmo tenho muita dificuldade com home office, pois trabalho com inovação, e meus insights precisam da convivência para acontecer. A maior parte deles surgem na copa, no cafezinho. Por isso até escolhemos uma plataforma digital diferente, que simula essa interação”.
Além da Estáter e da fintech iouu, o grupo hoje é composto pelas insurtechs TRR e Seu Guru, pelo LetsBank (ex SmartBank, especializado em crédito para PMEs) e pelo banco digital Voiter, derivado do antigo Banco Indusval.
Sonho antigo
Kim revela que a árvore no meio do 18o. andar é uma adaptação de um sonho antigo do Pércio quando fundou a Estáter: uma casa com um jardim para reunir as pessoas e trocar experiências, bater papo, gerar novas ideias, resolver problemas uns dos outros. Outro sonho do fundador – que por mais de 20 anos assessorou nomes como Abílio Diniz, por exemplo – é fazer o dinheiro chegar a pequenas empresas. “Para ele, um dos maiores causadores dos custos elevados do crédito para esse público são os riscos de fraudes. Conhecendo bem os clientes, minimizamos esses riscos, podemos cobrar menos e emprestar mais. Queremos fomentar esse círculo virtuoso”, explica.