Fintech Juros Baixos compra corretora Segnos para avançar em seguros

Agora, com a corretora dentro de casa, a Juros Baixos está desenvolvendo um seguro para perda de renda, conta o CEO

A Juros Baixos, marketplace de produtos e serviços financeiros com foco nas classes C, D e E, está dando um novo passo para avançar no mercado de seguros. A fintech acaba de comprar a Segnos, corretora de Piracicaba (SP) fundada em 2016 que opera com mais de 20 seguradoras parceiras em diferentes ramos de seguros para pessoas físicas, como auto, residencial, fianças locatícias e outros.

A transação, de valor não revelado, ocorreu por meio de troca de ações. O CEO da Segnos, Erasmo Gomes, passa a ser acionista e executivo da Juros Baixos, assumindo a posição de head de seguros na fintech. Como contrapartida, recebeu um contrato de vesting de cinco anos para aumentar sua participação na empresa conforme for o desempenho nessa nova vertical de seguros.

Em entrevista ao Finsiders, Guilherme Nasser, CEO e cofundador da Juros Baixos, conta que a fintech inicialmente fechou uma parceria comercial com a Segnos em março de 2022, criando uma esteira digital de venda de seguros para pessoas físicas. “Implementamos estratégias de SEO, vimos o tráfego crescer. Bateu muito o santo também. O próprio Erasmo já tinha fundado a Segnos com a vontade de vender seguros online. Então, foi natural evoluir para uma aquisição.”

Agora, com a corretora dentro de casa, a Juros Baixos está desenvolvendo um produto para perda de renda, com intenção de lançamento ainda no primeiro trimestre deste ano. A ideia é ter uma solução própria, que tenha coberturas para situações de desemprego, por exemplo, e inclua benefícios como descontos para compra de medicamentos. “Estamos bem avançados com duas seguradoras”, afirma Guilherme.

O empreendedor revela, ainda, que a fintech vem estudando a oferta de produtos que sejam uma alternativa a um plano de saúde. “Estamos conversando com algumas empresas para trazer um produto como esse que seja mais barato que seguro saúde e atenda as classes mais baixas”, diz o fundador. Cerca de 80% do público da Juros Baixos vem das classes C, D e E. “Nosso foco é ser a plataforma de bem-estar financeiro desse público.”

Evolução

Fundada em 2016 como um portal de educação financeira, a Juros Baixos chegou a ter na época 1,6 milhão de sessões orgânicas em sua página. Foi quando Guilherme e seus sócios — os economistas Renan Coutinho e Lereno Soares, o engenheiro Arthur Bonzi Monteiro e o holandês Ruud Sneep, PhD em empreendedorismo — decidiram apostar em um modelo de negócio de marketplace de crédito, com foco em empréstimos sem garantia para pessoas físicas.

Hoje, a Juros Baixos contabiliza mais de 2,5 milhões de cadastros e uma média de 150 mil novos usuários mensais. Na base, a fintech reúne mais de 20 instituições parceiras, incluindo grandes bancos como Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander, e fintechs como Creditas, Noverde e Simplic. Com a corretora de seguros debaixo do guarda-chuva, a empresa passa a se plugar a mais de 20 seguradoras, entre elas, Porto Seguro, Bradesco Seguros, Allianz, Liberty, Icatu, SulAmérica e outras.

Nos últimos anos, a plataforma vem evoluindo e, além do marketplace de crédito, passou a oferecer comparação de cartões de crédito, renegociação de dívidas, assim como o acesso a uma rede de planejadores financeiros e a cursos sobre educação financeira. Em crédito, a Juros Baixos não atua ainda com consignado, nem crédito para financiar imóveis e veículos, mas pretende. “Está nos planos entrar este ano em financiamento de imóveis e consignado deve ficar para 2024”, informa Guilherme.

A entrada em novos mercados faz parte do planejamento traçado pela fintech quando levantou R$ 3 milhões em uma captação na plataforma de equity-crowdfunding CapTable, em setembro de 2021. Na ocasião, a empresa atraiu 641 investidores, o fundo holandês Componendo Capital, a empresa de investimentos Prana Capital e a rede de investidores-anjos Urca Angels. Desde então, a Juros Baixos não realizou novas rodadas.

Mercado

O modelo de marketplace de crédito vem sendo explorado por outras fintechs, como Bom Pra Crédito (vendida no ano passado à Focus Financeira), FinanZero Foregon.

No ano passado, o birô Boa Vista também resolveu entrar no jogo, formando uma joint-venture com o grupo norte-americano Red Ventures, que investirá R$ 70 milhões no negócio. A ideia é reunir num só lugar consulta de score de crédito, renegociação de dívidas e marketplace de produtos financeiros (empréstimos, contas digitais, cartões, entre outros).

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