No Stark Bank, lucro líquido dispara 12x em 2022

Com a maior demanda por cartões corporativos, o Stark Bank processou US$ 10 bi em pagamentos e obteve crescimento de 157% no ROE ao longo do ano passado

Mesmo diante do ‘inverno’ vivenciado pelas startups, com a revisão de investimentos e queda dos valuations das empresas, a Stark Bank alcançou um lucro líquido contábil 12x maior em 2022 na comparação com o ano anterior, para US$ 6,6 milhões. Neste ritmo, o quarto trimestre do ano passado foi marcado por um crescimento de 3,6x no lucro líquido, com US$ 2,02 milhões no período.

Além disso, o ROE (retorno sobre o patrimônio) — indicador que mede a capacidade da companhia de gerar valor sobre o capital investido inicialmente — apresentou avanço de 157% ao longo do ano. De acordo com a fintech, o desempenho foi resultado da sua eficiência operacional, crescimento no uso do cartão corporativo e do cash management. A Stark Bank se posiciona como a fintech de médias e grandes empresas.

“Estamos muito focados em entregar valor ao nosso cliente. Constantemente evoluímos nosso produto para dar mais escalabilidade, visibilidade e controle de gastos. Isso facilita a conciliação bancária e permite que empresas tomem decisões a partir de dados, reduzindo gastos e aumentando sua produtividade”, afirmou Rafael Stark, CEO e fundador da empresa, em nota.

Com a maior demanda por cartões corporativos e regras de controle de gastos customizadas de acordo com as necessidades de cada companhia, a Stark Bank reportou ter processado US$ 10 bilhões em pagamentos no ano passado, patamar que significa uma alta de 578% sobre os 12 meses de 2021 — naquele ano, o banco havia transacionado US$ 1,5 bilhão.

Dessa maneira, o CEO afirma que os clientes usaram as ferramentas da fintech não apenas para situações esporádicas, mas também para quitar compromissos recorrentes, a exemplo de pagamento da folha, fornecedores, viagens e envio e recebimento de valores.

“Com isso, além de realizar suas operações bancárias, damos todo o software para fazerem conciliação, ter visibilidade de toda sua operação, com ferramentas de controle de gastos e dados para tomada de decisão de forma inteligente”, completa o executivo.

Contexto

Na fundação da Stark Bank, em 2018, o plano de Rafael para a companhia era atuar como o banco das pequenas e médias empresas (PMEs), ao estilo do Brex, a fintech norte-americana fundada pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras no Vale do Silício (EUA).

A partir daí, a empresa fez uma correção de rota e passou a focar nas enterprises. Para atender gigantes da economia, levantou uma Série A de US$ 13 milhões, em dezembro de 2021, e outros US$ 45 milhões em uma Série B, em abril do último ano. Entre os investidores, há o anjo Lachy Groom e os fundos Ribbit Capital e Bezos Expeditions, de Jeff Bezos, fundador da Amazon.

Rafael Stark, CEO da Stark Bank (Foto: Divulgação)
Rafael Stark, CEO da Stark Bank (Foto: Divulgação)

No período, a fintech acrescentou aos seus serviços linha de crédito no cartão corporativo, investimento em renda fixa, conta digital e cartão de crédito, além de infraestrutura bancária, para empresas que desejam oferecer cartões, Pix e crédito aos clientes. Com essa estratégia, somava 300 clientes em abril de 2022, sendo agora 500 empresas no portfólio, o que inclui nomes do quilate de Grupo Ultra e Colgate, além de startups como QuintoAndar, Daki, Buser, Kovi, Bitso e Cora.

Para avançar entre pesos-pesados da indústria, Rafael Stark revelou recentemente ao Finsiders que existem planos de distribuir cerca de R$ 300 milhões em linha de crédito no cartão durante o primeiro semestre. Os recursos devem vir das últimas duas captações junto a fundos de VC, mas não estão descartados novos movimentos de funding, como obter capital via FIDC, por exemplo.

Neste mês, a Stark Bank também lança o “token de renda fixa”, um produto de renda fixa digital que poderá ser usado como garantia da linha de crédito e tem como base a tecnologia blockchain. Com maior segurança, a instituição pode aumentar os limites dos recursos concedidos aos parceiros, o que até então não era possível.

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