Na onda dos layoffs, fintech Provu desliga 70 profissionais

Em resposta ao Finsiders, a Provu afirma que realizou ajustes na sua operação com o objetivo de se adequar ao atual cenário econômico

A Provu, fintech de meios de pagamentos e crédito pessoal, é a mais nova startup do segmento financeiro a fazer uma demissão em massa. Segundo o Finsiders apurou, foram desligadas cerca de 70 pessoas na terça-feira (6), o que inclui 100% dos times de tecnologia, comercial, design e customer success e inside sales, metade do time de produto e os supervisores de cobrança.

Há cerca de um ano, aliás, a Provu havia cortado cerca de 100 colaboradores, quando foi definida uma “grande meta de crescimento”, segundo a mesma fonte. Contudo, a alta da inadimplência e os casos elevados de fraudes desde então somados ao cenário difícil no venture capital atrapalharam a correção de rota da empresa, que pertence ao fundo norte-americano Lone Star Funds e é investida do Goldman Sachs.

Dessa forma, a saída foi optar pela nova reestruturação colocada em curso no início deste mês. Antes de anunciar o layoff, a Provu também teria tentado realizar cortes de custos internos, como de andares do escritório, do espaço do depósito e de licença de softwares utilizados no dia a dia da operação, sem sucesso.

Em resposta ao Finsiders, a Provu diz que “realizou ajustes na sua operação com o objetivo de se adequar, com sustentabilidade e perenidade do negócio, ao atual cenário econômico”. E que, entre as iniciativas adotadas, “estão a revisão de projetos e ações internas e uma redução no quadro de colaboradores.”


Desafios atuais

Questionada, a fintech não respondeu sobre o número de demissões, tampouco se houve algum erro na sua gestão. Ou ainda se o Lone Star Funds tem a intenção de negociá-la no mercado ou se recorreria a um novo aporte de capital junto a investidores.

Na nota, a empresa reforça que “tais medidas têm como objetivo intensificar, ainda mais, a competitividade e a eficiência da empresa, para que ela possa enfrentar os desafios atuais do mercado de forma mais sólida e eficaz.”

Ainda de acordo com a fonte, a fintech teria encerrado o relacionamento estratégico com a Serasa para conter a queima de caixa, o que a empresa nega. “As parcerias de longo prazo com bureaus de crédito continuam sem modificações”, afirmou a companhia.

A Provu esclarece, também, que estendeu o benefício do plano de saúde por dois meses e disponibilizou um mês adicional de remuneração aos funcionários demitidos.

No Brasil desde 2015, ainda como Lendico, a fintech mudou de nome para Provu em novembro de 2021, quando também anunciou a captação de R$ 1,4 bilhão por meio de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) junto ao Goldman Sachs.

Cenário instável

A redução drástica de funding tem impactado diretamente as empresas de tecnologia do setor financeiro. Na semana passada, por exemplo, a fintech de Open Finance Belvo cortou 27 pessoas do seu time, cerca de 17% do quadro total de funcionários.

Mesmo com um lucro líquido de US$ 141,8 milhões no primeiro trimestre, o Nubank anunciou uma reestruturação na área de operações que resultou no desligamento de 296 pessoas na semana passada. Isso logo após de estrear como patrocinador do Jornal Nacional.

Em maio, a Quanto, uma das concorrentes da Belvo, já havia dispensado 85% do quadro de colaboradores — o segundo corte em menos de um ano.

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