Inovação aberta deve mirar em modelos de negócios do futuro

Para executivos de inovação que participaram do Payment View, parcerias com startups devem tentar antecipar algumas tendências

A colaboração entre grandes empresas e startups é fundamental no ambiente de negócios atual. Para executivos e especialistas em inovação, essas parcerias devem levar em conta não apenas os desafios atuais, mas também precisam tentar antecipar algumas tendências. Isso porque a competição está mais acirrada, e a tecnologia evolui de maneira cada vez mais acelerada.

“Talvez, em 5 ou 10 anos, eu vá prover produtos e serviços muito diferentes. Se eu não estudar isso, como modelo de negócios e tecnologia, vou sofrer”, afirmou Duda Davidovic, head de inovação da Elo, durante um painel sobre inovação aberta no Payment View, evento híbrido realizado na semana passada e que contou com apoio do Finsiders. “É muito mais fácil colocar a startup no dia a dia. Mas entendo que é mais importante colocar a startup no futuro.”

A executiva deu como exemplo a própria Elo, empresa de pagamentos criada por Banco do Brasil (BB), Bradesco e Caixa Econômica Federal. “Nós nos vimos obrigados a rever nossa estrutura, para entender quais as teses e os novos modelos de negócios que vão disruptar o meu modelo como bandeira”, disse.

Em agosto do ano passado, por exemplo, a Elo lançou o Elo Conecta, seu novo programa de inovação aberta. O objetivo, então, é se conectar com startups em estágio inicial que tenham soluções em temas como criptoativos, blockchain, DeFi (sigla para finanças descentralizadas), Open Finance, novos fluxos de pagamento, entre outros assuntos.

Comece pelo problema

Na visão de Jimmy Lui, superintendente de inovação e Open Finance do banco BV, a busca por startups no processo de inovação aberta deve começar pelo problema, e não pela solução. “O que não dá certo é achar uma startup, uma solução, que usa blockchain e inteligência artificial por exemplo, e pensar em usar. A área de tecnologia só vai usar se tiver um problema para resolver”, afirmou o executivo.

Ao final do primeiro trimestre deste ano, o BV tinha parcerias com mais de 30 startups, incluindo algumas investidas como Darwin Seguros (insurtech), Klavi (Open Finance), Trademaster (PMEs), entre outras.

“Temos uma parceria com a Klavi, em que ela ajuda a qualificar e tratar os dados. Por exemplo, ajuda a entender o que é crédito, restaurante e escola, com um índice de acerto de 95%. E isso permite, inclusive, aumentar o crédito do cliente”, citou Jimmy.

Desafios

O Torq, núcleo de inovação aberta da empresa de tecnologia Sinqia, vem apostando em desafios com diferentes temáticas. O último deles, lançado em maio, teve como soluções de inteligência artificial (IA) para o setor financeiro. Recentemente, também foi realizado um desafio em pagamentos cross-border, em Londres, vencido pela fintech brasileira WePayments, citou Jéssica Leite, coordenadora de inovação abertura do Torq.

Novas soluções têm sido desenvolvidas a partir dessas interações com as startups. É o caso de um produto de portabilidade de previdência, construído numa parceria entre Sinqia e Pluggy. O projeto, inclusive, foi vencedor na categoria “Open Insurance” da edição deste ano do Prêmio FIDInsiders.

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