A corrida dos bancos e fintechs por clientes brasileiros ainda está aberta. Segundo pesquisa encomendada pelo Google aos institutos Quantas e Liga Pesquisa, seis em cada dez (57%) brasileiros consideram trocar de banco principal, com 17% indicando que há “muitas chances” de fazer a troca. Apenas 8% entendem que não existe chance alguma para a mudança.
O estudo foi realizado entre abril e maio deste ano, quando foram entrevistadas 2,5 mil pessoas bancarizadas. A amostra inclui todas as classes sociais e regiões do país.
Entre aqueles com maior predisposição em trocar de instituição financeira, surgem os consumidores da classe A (59%), entre 25 a 34 anos (59%) e das regiões Sudeste e Centro-Oeste (59%).
O levantamento aponta que o maior motivo para eleger um banco como o seu principal é a experiência digital. Isso é traduzido como um aplicativo fácil de usar e um site ou internet banking que permite fazer todas as transações.
Depois, surgem como razões as empresas mais sólidas, com pouco risco de falência, e a segurança nas transações. Em seguida, despontam a oferta de cartão de crédito sem anuidade e um limite de crédito que atenda a todas as necessidades.
Frequência nas transações
Em média, os brasileiros têm relação com quatro bancos, sendo que dois são considerados as marcas principais. De acordo com a pesquisa, o motivo número um para que o cliente considere uma instituição financeira como a principal é a frequência das transações (77%). Em seguida, aparecem recebimento de salário (58%), oferta de crédito (49%) e concentração dos investimentos (44%).
No caso do segundo banco, o principal motivo também é a frequência nas transações (37%). Na sequência, aparecem a concentração de investimentos (34%), oferta de crédito (33%) e recebimento de salário (30%).
Chama a atenção, também, que o levantamento mapeou 1.289 fintechs no Brasil no ano passado, das quais 819 nasceram depois de 2016. No entanto, o brasileiro tem conhecimento de 21 empresas e contato com somente sete. Quanto maior a renda, mais marcas a pessoa conhece, o que é mais frequente entre a faixa etária de 25 a 34 anos.
Grandes bancos x fintechs
Outro ponto interessante é que o estudo diz respeito aos aspectos que os consumidores observam para decidir entre os grandes bancos ou um nativo digital como favoritos.
No caso dos ‘bancões’, ganham força qualidades como “banco sólido”, possuir “agências físicas” e possibilitar “receber salário”. Para os neobanks, aparecem “ter aplicativo”, permitir “movimentações pela internet”, “ter tudo num lugar só”, a oferta de “cartão sem anuidade” e “facilidade para abertura de conta”.
“Hoje temos quase 190 milhões de brasileiros bancarizados, número que cresceu de forma acelerada durante a pandemia por conta do auxílio emergencial. O grande desafio das instituições financeiras, sejam elas grandes bancos ou nativas digitais, é conquistar o consumidor que já é cliente de outra marca e se tornar o seu banco principal”, afirmou Mônica de Carvalho, diretora de negócios do Google Brasil, em nota.
Ao analisar outra amostra dos dados, os grandes bancos têm mais possibilidades de serem escolhidos por consumidores das classes A e B, e os digitais, pela classe C. Já as classes C e D têm uma relação mais estreita com bancos tradicionais. Destaque para a Caixa Econômica Federal, por conta do acesso a benefícios sociais pelo governo federal.
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