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Brasil tem 1.264 fintechs, e 19 candidatas a unicórnio, diz Distrito; investimentos dobraram em 2021, para US$ 3,7 bi

De dezembro de 2020 a dezembro de 2021, o Distrito Dataminer localizou e registrou 424 novas startups de finanças em operação no Brasil. Ao todo, a base de dados da consultoria conta com 1264 fintechs em operação no país, sendo 19 candidatas a unicórnio.

A categoria de Meios de Pagamento é a mais representativa do ecossistema nacional de fintechs. Hoje, elas representam 16,49% das startups de finanças em atividade no Brasil.

Mais da metade (52,9%) opera através do modelo de negócios B2B, ou Business to Business; 32,3% delas possuem de seis a vinte funcionários.

O setor de fintechs foi o que recebeu o maior volume de investimentos de capital de risco no Brasil em 2021. Foram US$ 3,7 bilhões aplicados em startups que fornecem serviços financeiros de janeiro a dezembro, o dobro do investido em 2020. Nubank, Ebanx, Mercado Bitcoin e Cloudwalk foram responsáveis pelos maiores aportes do ano.

Em 2021, as fintechs brasileiras estiveram envolvidas em 44 transações de fusões e aquisições, seja como compradoras ou adquiridas. No último ano, as startups de finanças foram alvo de 176 rodadas de investimento.

Próximos unicórnios?

O DM Score, índice criado pelo Distrito Dataminer que tem como objetivo classificar o quanto cada startup está acima da média de seu setor, apontou as 19 fintechs abaixo como as que têm maior potencial de se tornarem unicórnios em 2022.


Fintechs lideram Emerging Giants no Brasil

As fintechs são a maioria das Emerging Giants no Brasil, representando 27,6% do total de empresas com esse perfil. A vice-liderança é das AdTechs (12,4%), seguida por RetailTechs (10,5%), HealthTechs (5,7%), EdTechs (5,7%) e HRTechs (4,8%). No final da lista, estão InsurTechs (1%), GovTechs (1%), ConstruTechs (1%) e AutoTechs (1%). 

Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Emerging Giants”, produzida por KPMG e Distrito, a partir da análise de 105 Emerging Giants brasileiras.

O conteúdo também revelou que a região Sudeste do Brasil concentra 78,1% das Emerging Giants (70% do total é no Estado de São Paulo), seguida das regiões Sul (18,1%), Nordeste (1,9%) e Centro-Oeste (1,9%).

Emerging Giants são startups com crescimento regional ou internacional e uma base ampla e crescente de clientes pagantes. As que estão nesse nível já geram receitas mais robustas e têm Life Time Value (LTV) saudável, ou seja, uma boa relação entre tempo e retorno oferecido por cliente pagante.

Entre as startups Emerging Giants mapeadas no estudo estão as fintechs brasileiras Warren, Bcredi, BizCapital, Geru, RecargaPay e QueroQuitar.

De acordo com a pesquisa, o boom dessas startups é visível de 2012 a 2016, sendo que, em média, elas operam há 7 anos. O período de fundação das Emerging Giants do relatório é o seguinte: 2000 a 2010 (16,2%), 2011 a 2015 (62,9%), e 2016 a 2018 (21%).

Juntas, elas já empregam mais de 15 mil pessoas. Mais de 40% têm entre 100 e 200 funcionários. Quase metade dos fundadores têm pós-graduação e/ou tiveram experiência acadêmica fora do Brasil e 47% têm ao menos um fundador que já empreendeu antes.

Em média, cada startup com esse perfil recebeu 2,4 investimentos e, desde 2011, mais de US$ 1,3 bilhão já foi investido nas Emerging Giants com operação no Brasil.

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