UM CONTEÚDO OVOCOM

‘Diploma é só o ponto de partida para o sucesso profissional na tecnologia' 

Para Alexandre Max, CEO da Vivae, falta de talentos é um dos principais problemas do setor: projeções apontam para 530 mil vagas não preenchidas até 2025

Alexandre Max/ Vivae  Imagem: divulgação
Alexandre Max/ Vivae Imagem: divulgação

A falta de profissionais qualificados é uma barreira para a expansão das empresas de tecnologia no Brasil. Até 2025, o total de vagas não preenchidas poderá chegar a 530 mil, segundo levantamento da Endeavor. De acordo com Alexandre Max, CEO da Vivae (aplicativo de cursos para o mercado de trabalho), essa questão esbarra nas expectativas do empregador, que quer um profissional “formado” nas tecnologias do amanhã, em vez de incentivar a qualificação contínua de seu quadro. 


Confira a entrevista:


De um lado, temos vagas sobrando em tecnologia. De outro, profissionais procurando emprego. O que falta para fechar essa conta?

Esse é um cenário muito desafiador. Principalmente com a transformação digital acelerada pela pandemia, em que o surgimento de soluções inovadoras em larga escala foi crucial para que empresas sobrevivessem. Mas, a grande questão é que o empregador, quando fala que não encontra mão de obra qualificada, está buscando profissionais prontos para as tecnologias do amanhã, enquanto essa busca deveria ser por pessoas que vão crescer junto das transformações tecnológicas pelas quais as empresas vão passar. E, para isso, a preparação tem que ser contínua. Não existe hoje uma jornada de aprendizado pronta para o que a pessoa vai precisar saber amanhã. 


Esse gap também é uma oportunidade para quem quer mudar de carreira, prensando em ingressar na área de tecnologia?

Com certeza. Isso porque qualquer pessoa pode trabalhar com tecnologia, porque tudo está passando por essa transformação. Com isso, o foco das empresas está bastante diverso, em profissionais de diversas áreas, como análise de dados, desenvolvimento de softwares, marketing digital e vendas online. Por parte do profissional, o fundamental é fazer uma prospecção das oportunidades e analisar quais são as habilidades exigidas em cada função. A partir daí, quanto mais qualificada a formação, melhor.


Qual o papel da educação e, principalmente, dos cursos de qualificação nesse cenário?

Temos de entender que o diploma não é a linha de chegada para o sucesso profissional. Ele é a linha de partida em termos de habilidades e estudos. Em 6 meses, na área de tecnologia, o conteúdo aprendido pode já estar obsoleto. O que precisamos é ensinar as pessoas a aprenderem sem parar, pelo resto da vida profissional. Além disso, é preciso oferecer formatos de educação que atendam às necessidades dos alunos. Então, isso é o que fazemos na Vivae. Formatamos nossa grade de cursos de acordo com as tendências do mercado. E oferecemos um formato inovador. O aluno pode gerir de maneira personalizada seu aprendizado, escolhendo quais e quantos cursos fazer de acordo com o momento de sua qualificação. E todas as opções são integralmente pelo celular. 

*Jornalista e sócio da Ovo Comunicação