PME

a55 "pivota" e busca avançar em antecipação de recebíveis

A fintech volta ao mercado com uma captação de R$ 2 milhões na plataforma de crowdfunding SMU Investimentos

Imagem: Canva
Imagem: Canva

Após mais de um ano sem levantar recursos (equity ou dívida), a a55 volta ao mercado. A fintech de crédito para pequenas e médias empresas acaba de abrir uma captação na plataforma de crowdfunding SMU Investimentos.

A empresa busca R$ 2 milhões para uma carteira de antecipação de recebíveis para PMEs — no caso, duplicatas escriturais performadas (operações comerciais já realizadas) e registradas na Cerc. O prazo de pagamento é de seis meses.

Fundada em 2017, a a55 “pivotou” o negócio no ano passado. Antes focada em crédito para empresas de tecnologia com receita recorrente, a fintech agora atua principalmente com antecipação de recebíveis para PMEs, leia-se duplicatas. “Pivotamos para conseguir ter maior garantia em cima dos recebimentos e provar nossa estratégia em ciclos mais curtos. Antes eram créditos mais longos, contratos de 1 ano”, conta André Wetter, cofundador e CEO da a55.

A fintech precisou se adaptar a uma realidade mais dura no ambiente de startups. “Tivemos dificuldade para captar. Ficamos um ano sem conseguir fazer uma nova captação. Diminuímos em 5 vezes o tamanho da empresa”, reconhece André Luiz Silva, cofundador e chief operating officer (COO) da a55. Até hoje, a fintech concedeu mais de R$ 500 milhões em crédito e atualmente reúne mais de 20 mil empresas cadastradas em sua plataforma. 

Tokenização de dívida

A captação na SMU funciona assim: a a55 compra as duplicatas de PMEs e transfere o dinheiro para elas com um desconto sobre o valor de face dos recebíveis. A cessão para a SMU ocorre por meio de notas comerciais tokenizadas. Esse tipo de instrumento representa um título de dívida de curto prazo e vem crescendo, no mercado de maneira geral, como alternativa de captação para volumes menores — uma de suas principais vantagens é não ter cobrança de IOF. 

“Quando falamos de tokenização de instrumentos de dívida, é algo que está começando no Brasil. Nós temos tokenizado ativos há dois anos, mas essa é a primeira captação desse tipo que fazemos por meio de crowdfunding”, afirma André Wetter. 

Com a seca no mercado de startups e venture capital, a própria SMU precisou se reinventar, abrindo espaço para captações de dívida. A da a55 é a quarta na plataforma — as três mais recentes já concluídas (Grupo Muda, Moreco e SuperOpa) foram estruturas de dívida. “Antes éramos muito focados no equity-crowdfunding. A necessidade nos fez abraçar outras modalidades, se tornando uma plataforma multiproduto”, diz Lucas Domene, líder de estruturação de produtos financeiros da SMU.