Durante o tradicional balanço trimestral da indústria de cartões no Brasil, a Abecs — associação que representa empresas do setor — trouxe uma análise que aponta uma correlação positiva entre o início do Pix, em novembro de 2020, e o aumento das concessões de cheque especial.
De acordo com dados do Banco Central (BC), citados pelo presidente da Abecs, Giancarlo Greco, entre 2021 e 2024, houve um aumento de 54% nas concessões dessa modalidade de crédito. O movimento coincide com o avanço acelerado do sistema de pagamento instantâneo entre os brasileiros. “É natural isso”, disse Giancarlo. “De onde saem os recursos do Pix? Da conta corrente.”
Inadimplência
Em março deste ano, a inadimplência do cheque especial ficou em 12%. Já no cartão de crédito, a inadimplência total foi de 7,2%. Porém, ultrapassou 10% no parcelado e atingiu 51,6% no rotativo. “O cartão de crédito hoje tem uma inadimplência mais controlada do que aquela que vemos no cheque especial”, apontou Giancarlo. “A participação do rotativo no endividamento das famílias é de apenas 2,3%.”
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O executivo mencionou, ainda, que a taxa de inadimplência no cartão de crédito vem caindo há algum tempo. “A partir do fim de 2022, início de 2023, notamos a inversão na curva. Está se aproximando da inadimplência total da carteira de pessoa física, que é de 5,4%, considerando todas as linhas de crédito”, afirmou.
Nesta quarta-feira (15), a Abecs apresentou o desempenho do mercado de cartões no país nos três primeiros meses de 2024. Ao todo, o volume transacionado em cartões de crédito, débito e pré-pago somou R$ 965 bilhões, aumento de 11,4% em relação a igual intervalo de 2023. Nas transações remotas, o débito teve o maior crescimento percentual.
