O anúncio da saída do Citibank do varejo brasileiro, onde tem mais de 71 agências, despertou o apetite de alguns concorrentes como o Santander e Itaú. Até aí, normal.
O estranho foi aparecer na jogada outro interessado, cotado como forte candidato: a XP Investimentos. Estranho porque a instituição vinha apostando no mote “desbancarize” nas sua última campanha publicitária, que pela primeira vez foi veiculada também na TV.
Segundo informações do site, a XP tem R$ 20 bilhões sob custódia, R$ 7,5 bilhões de ativos sob gestão, 450 escritórios de agentes de investimento, 100 mil clientes ativos, 1,3 mil agentes de investimento credenciados, R$ 400 milhões de faturamento em 2013, 500 funcionários e está em 180 cidades de 25 estados.
Na ponta oposta, o banco mineiro Intermedium, especializado em crédito consignado e imobiliário, anunciou hoje que vai criar uma modalidade de conta corrente 100% digital.
O Itaú já vem divulgando seu “digitaú” há algum tempo – eu mesma sou uma cliente 100% digital, há alguns meses (descobri isto na semana passada).
A vantagem (para os clientes) do banco Intermedium, que é parte do grupo controlado pela construtura MRV, é que ele promete não cobrar tarifas.
A Folha de S.Paulo publicou hoje a seguinte reportagem, na seção Mercado Aberto, assinada por Maria Christina Frias:
O banco mineiro Intermedium, controlado por Rubens Menin, presidente da construtora MRV, apresentou uma proposta que vai além do crédito imobiliário: não terá agências físicas e atuará como um banco completo totalmente digital.
Com uma carteira de crédito de mais de R$ 2 bilhões, o Intermedium também não terá tarifas para o pacote de serviços que as instituições financeiras oferecem, da conta corrente às transferências. Segundo afirma o CEO da instituição, João Vitor Menin, o Intermedium terá conta corrente, pagamento de contas, investimentos, extratos, depósitos, cheques, tudo digitalmente.
Nem para abrir conta será necessário ir até uma das agências. Segundo os estudos do Intermedium, mesmo sem tarifas, a conta digital trará crescimento para o banco.
O investimento no digital foi de R$ 5 milhões. A ideia foi colocada em prática há seis meses, como experiência. E em abril, os clientes já poderão ter cartão de débito e crédito da Mastercard.
Segundo os executivos da instituição, a decisão de começar agora, em plena recessão, foi impulsionada pela maior concentração com a saída de bancos estrangeiros do mercado.
A expectativa do banco, que já tem 16 mil clientes, é chegar até o fim deste ano com um total de 100 mil clientes.