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Grupo Bloxs se alia à Toke Invest para criar securitizadora 100% digital e em blockchain - Blocknews

O Grupo Bloxs, que inclui empresas de investimento como uma gestora de recursos de fundos estruturados, assessoria financeira e plataforma de crowdfunding, fez uma parceria com a Toke Invest Securitizadora (ex-Felcar), que trabalha com emissão e distribuição de títulos financeiros e já vendeu tokens, para oferecerem serviços de securitização totalmente digital ao mercado de capitais com blockchain. A reportagem foi publicada originalmente no BlockNews.

Por 100% digital entenda-se com automação de todo o fluxo de securitização, que vai da aquisição de lastro, modelagem financeira , emissão à distribuição e monitoramento do titulo. No futuro, assim, que a regulação permitir, o plano é também oferecer tokenização de ativos financeiros. Os executivos não abriram os termos de acordo em relação a preço e participações.

Felipe Souto, CEO do Bloxs, disse ao Blocknews que a Toke complementa os negócios do grupo e que o objetivo para os próximos meses é investir para desenvolver a primeira securitizadora totalmente digital e “as a service” do mercado. A Toke, afirmou, já desenvolveu o uso de blockchain. Assim, a Bloxs seria a primeira cliente da plataforma nesse processo. “Hoje contrato outras plataformas. Então, vou desenvolver tecnologia, aprimorar sistemas, tendo a gente como cobaia”, afirmou.

De acordo com as empresas, Rafael Felcar, sócio e CEO da Toke, vai dirigir as soluções “as a service” para serem um produto no mercado. “A aliança complementa a estrutura que vamos nos tornar. Temos toda a parte de autorização do regulador para oferecer investimentos com CRI, CRA e debêntures. Além disso, temos experiência em blockchain, já temos códigos proprietários, enquanto a Bloxs tem experiência da originação a distribuição. Podemos ganhar força numa estrutura que já está preparada para uso de blockchain”, afirmou.

O plano dos executivos é, quando a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permitir, já ter pronto um serviço que usa blockchain para facilitar as operações, a liquidação e dar mais transparência e melhor monitoramento e para tokenizar os ativos financeiros para oferecer ao mercado, inclusive ao varejo.

Felcar acredita que esse estágio pode acontecer em cerca de 24 a 36 meses, depois dos testes com tokenização de valores mobiliários com foco em clientes institucionais. Os testes são no sandbox da CVM. “Até lá vamos atuar como uma securitizadora tradicional. . Vai ser 100% digital com automação de todo o fluxo de securitização que vai da aquisição de lastro, modelagem financeira , emissão, monitoramento do titulo.

Mas antes disso, no início de 2023, entra em vigor a Resolução 160 que simplificou cria novas modalidades para autorização de ofertas públicas. Dentre elas, o registro automático, que poderá agilizar os processos, aumentar o número de ofertas e aumento o acesso de investidores ao mercado, incluindo os de varejo. Felcar acredita que vai haver muitas securitizadoras surgindo para atender a esse público.

“Se blockchain, tokenização e securitização eram apenas palavras da moda e dissociadas alguns anos atrás. Hoje é o presente e faz parte da verdadeira transformação que o mercado de capitais brasileiro está passando”, afirmou Souto. O CEO da Bloxs lembra que já há tokenização de ativos como recebíveis, precatórios e imóveis. “Não sem razão, está acontecendo uma corrida dos players tradicionais de mercado para este ativo e tecnologia e não irão demorar muito para fazerem parte das emissões tradicionais via securitizadoras impulsionadas pelo novo marco regulatório”.

O CEO da Bloxs disse ao Blocknews que a conversa de uma operação estratégica entre as duas empresas aconteceu depois que a Toke Invest recebeu um stop order da CVM por vender tokens de terrenos onde seriam construídos imóveis. A reguladora entendeu que se tratavam de valores mobiliários. O empresário achou o negócio inovador, ligou para Felcar e começaram a conversa sobre como poderiam trabalhar juntos dentro das regrais atuais, mas de olho no futuro.

“O DNA da Toke sempre foi de inovação, de pensar soluções com uso de tecnologia para trazer novas possibilidades para estruturadores, distribuidores e investidores. Depois de algum tempo, entre erros e acertos, estamos prontos para tracionar o negócio” afirmou Felcar. A empresa tem autorização para fazer distribuição ou ser coordenador líder de emissões conforme o valor da operação.

De acordo com Felcar, o projeto de tokenização de imóveis deu lugar a um fundo de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), em que investidores aportaram R$ 140 milhões para a compra de sete terrenos, que já estão no portfolio, afirma. “Vamos segurar o lançamento para 2023” e blockchain estará no processo. Já a tokenização, só depois de a CVM autorizar esse tipo de operação.

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