Com direito a uma experiência sideral e a um simbólico toque de campainha, a SMU Investimentos lançou oficialmente a Estar, mercado secundário de startups aprovado no âmbito do sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A reportagem é do site parceiro Finsiders.
A fintech apresentou os detalhes da plataforma em evento realizado no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, na noite do diq 18/10. A Estar ainda está em fase de testes e deve entrar no ar definitivamente em meados de novembro.
Por enquanto, os investidores interessados podem se cadastrar no site e criar uma conta demo para operar uma carteira virtual de ativos. “Em breve, teremos a primeira oferta listada na plataforma. Temos ainda um meio de campo com a CVM”, contou Pedro Rodrigues, CEO da Estar e sócio da SMU.
A própria SMU vai “provar do seu veneno”. Isso porque a oferta inaugural da Estar será uma captação de R$ 7 milhões feita pela fintech em sua plataforma de crowdfunding. “Estamos em fase de liquidação”, disse Pedro.
Novas startups já estão em fase final de negociação e serão anunciadas em breve. Pelas regras do sandbox, poderão ser feitas dez listagens ao longo de um ano de testes — seis captações em sua própria plataforma e até quatro em plataformas de terceiros.
“O objetivo é ser um ambiente de liquidez para essas startups. Esperamos que em abril ou maio de 2023 tenhamos todas já listadas”, afirmou Diego Perez, CEO do grupo SMU.
No curto prazo, a intenção é se estabelecer como o secundário das startups, mas se depender da ambição dos empreendedores, a iniciativa não deve parar por aí. Os planos dependem, contudo, do aval do regulador.
Para operar a Estar, a empresa recebeu uma licença da CVM por um ano, podendo ser prorrogada por mais um ano. “Temos desejo que o projeto dê sequência depois do sandbox e que consigamos autorização definitiva”, disse Diego.
Caso receba uma aprovação definitiva no futuro, a Estar quer abrir a plataforma para o mercado inteiro de startups no país. “Mas queremos ir além. Por que não listar cotas de fundos, ou outros ativos como debêntures conversíveis, notas comerciais, certificados de recebíveis? Queremos ser grandes. A ideia é se tornar a primeira bolsa de tecnologia do Brasil”, afirmou o empreendedor.
Tecnologia
Para o desenvolvimento da plataforma tecnológica da Estar, a SMU fechou algumas parcerias. O sistema é desenvolvido pela Nasdaq e licenciado no Brasil pela Átris, empresa do grupo Digitra.com, uma exchange criada por Rodrigo Batista, um dos fundadores do Mercado Bitcoin.
Os contratos de investimento são tokenizados com uso da tecnologia blockchain da rede Stellar, por meio de uma integração de interface feita pela parceira da SMU, a nTokens. Já a guarda dos tokens é realizada pela empresa israelense Fireblocks.
Os parceiros incluem, ainda, a fintech iugu (infraestrutura de pagamentos no mercado regulado) e o escritório Demarest (responsável pela parte jurídica do projeto).
Sandbox
No ambiente de testes da CVM, a SMU está ao lado de Vórtx, BEE4 (do Grupo Solum) e Basement. As duas primeiras também têm projetos que envolvem tokenização. A Vórtx lançou em junho as duas primeiras operações tokenizadas, uma com debêntures e outra com cotas de um FIDC lastreado em bitcoin, o primeiro do gênero no mercado brasileiro.
No fim de setembro, entrou em operação oficialmente a plataforma BEE4, com foco em tokenização de ações de empresas de pequeno e médio porte. O projeto é desenvolvido em parceria com a CIP e a empresa especializada em blockchain Finchain.
Finsiders é uma plataforma de conteúdo especializada no ecossistema de fintechs, fundada pelo jornalista Danylo Martins