Thiago Campaz*
O setor financeiro e a tecnologia estão cada vez mais integrados. Na última década, a adoção de ferramentas e softwares garantiram mais eficiência operacional, redução de gastos, aumento do controle de qualidade e das informações financeiras, melhorando a visão holística da empresa. Diante dessas vantagens, os investimentos passaram a ser ainda mais altos, visto os benefícios que foram alcançados. Para se ter uma ideia, só em 2022 foram aplicados mais de R$ 35 bilhões em tecnologia bancária, segundo a “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022”, realizada pela Deloitte.
Com esses avanços, a forma como a sociedade tem usado os serviços financeiros também mudou, principalmente porque eles estão cada vez mais exigentes e em busca de alternativas que proporcionam eficiência e comodidade para resolver os seus problemas. É o que mostra o estudo feito pela Akamai, plataforma de armazenamento em nuvem responsável, que analisa os hábitos, necessidades e preocupações dos usuários desse setor.
Dessa forma, as instituições têm implementado novas tecnologias para acompanhar a evolução dos novos meios de pagamentos existentes e que têm ganhado força no último ano. Um exemplo é o NFC (Near Field Communication), que permite a troca de informações entre dois dispositivos por aproximação, sem que haja a necessidade do fio. Toda essa transação é feita em segundos e pode ser aplicada por meio de um celular, relógio, cartão de crédito. Isso traz mais agilidade e comodidade para os usuários.
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Outro exemplo é o uso da inteligência artificial para prevenir fraudes e evitar ataques de criminosos virtuais. Isso porque, com essa tecnologia é possível criar parâmetros e monitorar o comportamento dos usuários e assim identificar ações fraudulentas. Já o blockchain permite que as informações sejam distribuídas com mais rapidez e segurança, evitando o vazamento de dados e garantindo o registro das transações online.
Seguindo essas transformações, podemos destacar também a adoção do metaverso que proporciona um ambiente virtual imersivo, coletivo e super-realista. No setor financeiro ela pode ser aplicada por meio de NFTs (tokens não fungíveis), blockchain e criptomoedas, e muitas instituições bancárias já têm incluído essas inovações em discussões internas e alguns deles, utilizado em seus serviços. Por meio delas, é possível fazer o pagamento de serviços, investimentos e compra de produtos. De acordo com um estudo feito pela Gartner, até 2026, 25% da população passará pelo menos uma hora por dia no metaverso.
Já no ambiente corporativo, as empresas devem ficar atentas aos novos meios de pagamentos que estão surgindo e ganharão ainda mais força no ano que vem. Dentre elas, destaco o uso de cartões corporativos e empresariais, como os cartões pré-pagos, que vêm registrando números expressivos.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, as compras feitas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 20% no terceiro trimestre, totalizando R$ 827 bilhões. A adesão do cartão pré-pago teve um aumento de 137% no último trimestre, transacionando R$ 99 bilhões na economia. Já o cartão corporativo, outra categoria que o pré-pago pode ser usado, cresceu em média 300% nos últimos anos.
Por meio deles é possível melhorar o controle financeiro, conter fraudes e gastos fantasmas, monitorar as despesas em tempo real, diminuir os riscos de quebra de caixa negativa, controlar a entrada e saída de valores, aprimorar o fluxo interno e evitar perdas de dinheiro por má conduta, automatizando todo o trabalho da área de contabilidade e financeira das companhias, trazendo vantagens significativas para os negócios.
Por fim, concluo que a tecnologia se faz cada vez mais presente nas companhias, principalmente quando se trata de uma área que, até uns anos atrás era tão arcaica. Portanto, os gestores devem ficar mais atentos com o que há de mais moderno e inovador para serem aplicados no seu dia a dia. Com certeza, o uso do metaverso e dos cartões corporativos já vem trazendo mudanças significativas nos processos internos, mas ainda há muito a ser explorado em 2023. Esse é o só o começo de uma grande transformação que o setor contábil e financeiro deve vivenciar.
*CEO e co-fundador do VExpenses
