O Nubank acaba de reforçar sua aposta em fundos de índice (ETFs, ou Exchange Traded Funds, em inglês) com o anúncio de dois lançamentos em parceria com a B3. O banco digital quer liderar o crescimento desse mercado e, assim, alavancar o crescimento da sua gestora. A explicação foi dada por Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management, durante evento realizado na sede do banco, em São Paulo.
O mercado de ETFs já movimenta US$ 12 trilhões no mundo, dos quais US$ 8,8 trilhões apenas nos Estados Unidos. No Brasil, porém, está ainda em US$ 20 bilhões, o correspondente a menos de 0,50% do mercado nacional de fundos mútuos.
Para Andrés, o ETF é a forma mais direta de o investidor pessoa física, seja ou não cliente do banco, conhecer e acessar as estratégias da Nu Asset. A taxa de administração é de 0,50% ao ano e a aplicação mínima, de R$ 100. Os dois ETFs do Nu lançados em sermebro – Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) e Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11) – até agora atraíram R$ 77 milhões, 17 mil cotistas e apresentaram rendimento de 7,8% acima do Ibovespa.
O executivo elencou vários gatilhos que, na sua visão, estão impulsionando o crescimento dos ETFs no Brasil. Mudanças na regulação visando mais transparência; crescente digitalização das plataformas de investimento, que facilitam a negociação; e adesão de mais investidores institucionais. Para completar, Andrés citou, ainda, a dificuldade cada vez maior de os gestores de fundos de investimento “ativos” obterem ganhos acima dos índices de mercado. Ou seja, fundos passivos, atrelados a índices, começam a ganhar destaque.
Volatilidade e retorno
Os dois novos fundos são de certa forma antagonistas: um tem ações com baixa volatilidade, e o outro, papéis com histórico de ganhos 20% acima do Ibovespa.
Nu Ibov Smart Low Volatility B3 (LVOL11) e o Nu Ibov Smart High Beta B3 (HIGH11) estreiam na B3 a partir desta terça-feira, 16/7. O primeiro é referenciado pelo índice Ibov Smart Low Volatility B3 e o segundo, pelo Ibov Smart High Beta B3.
“O High Beta não é um fundo alavancado, mas tem empresas com alavancagem financeira e operacional. A ideia é aproveitar ciclos de alta”, disse Andrés.
O Nu tem parceria com a B3 para desenvolvimento de índices desde o ano passado, e já lançou outros dois ETF baseado em dividendos.
“Com a estratégia que temos na área de índices, conseguimos desenvolver e entregar novos indicadores para viabilizar o lançamento de novos produtos de investimentos”, afirmou Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, durante o evento.
Fundos
A gestora do Nubank existe desde 2018 e tem quatro famílias de fundos. Além dos ETFs, têm fundos de crédito, de seleções de portfólio, gestão de liquidez. “Já somos a sexta maior gestora em quantidade de cotistas (1,5 bilhão) e temos R$ 3,5 bilhões sob gestao”, disse Andrés.
Já o Índice Bovespa tem mais de 50 anos e nesse tempo, teve apenas uma mudança na metodologia. A área de criação de índices sob demanda da B3 é relativamente nova. Com os dois últimos índices criados sob a encomenda do Nu, já são 64.