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Open Finance: o que é, como funciona e para que serve

Sistema de compartilhamento de dados entre instituições financeiras já soma mais de 32 milhões de consentimentos únicos no País

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Open | Imagem gerada por IA/Adobe

O Open Finance já chegou a 16% da população bancarizada no Brasil. Atualmente, o sistema soma mais de 32 milhões de usuários únicos, conforme dados do Dashboard do Cidadão, disponíveis no site oficial do Open Finance Brasil.

Desde seu lançamento, em 2022, a infraestrutura desenvolvida pelo Banco Central (BC) é aprimorada ano a ano e novos casos de uso vão sendo lançados pelas instituições financeiras no País. Assim, cada vez mais produtos e serviços personalizados são disponibilizados para os usuários. 

Mas, afinal, o que é Open Finance? 

O Open Finance é o nome para o Sistema Financeiro Aberto brasileiro. Na prática, ele viabiliza o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais entre as instituições financeiras participantes. Ou seja, a partir do seu consentimento, suas informações financeiras são compartilhadas entre todos os bancos, cooperativas de crédito ou fintechs nas quais você tem uma conta.

A meta do Banco Central (BC) é que, dentro desse ecossistema compartilhado, as instituições participantes passem a oferecer produtos financeiros de todos os tipos, como crédito, investimentos, seguros, previdência e câmbio. A ideia é que, assim, ocorra uma maior personalização nas ofertas de soluções financeiras. Por exemplo, um crédito que tem mais a ver com seu perfil.

“Na prática, o Open Finance busca aumentar a competitividade entre as instituições financeiras, permitindo assim a redução dos custos para os clientes”, comenta Fábio Gallo, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para aderir ao sistema, é preciso entrar na área de “Open Finance” de seu banco, seja via aplicativo ou internet banking, e seguir os passos para compartilhar seus dados.

Quais vantagens?

O compartilhamento de informações entre diferentes instituições faz com que estas conheçam melhor o cliente, seu perfil financeiro e suas condições de pagamento, como uma portabilidade de relacionamento entre instituições. “É um sistema que busca facilitar para os usuários de produtos e serviços financeiros sem que as pessoas precisem começar do zero um relacionamento com novas instituições”, explica Fábio.

Isso estimula a competitividade entre as diferentes instituições, já que (com o devido consentimento) o acesso a essas informações não estará restrita a apenas uma. Portanto, a ideia é que haja oferta de novas condições personalizadas de produtos e serviços.

Outro ponto levantado pelo BC é o de maior controle sobre suas próprias finanças, já que todas as informações financeiras estarão disponíveis em um só lugar. Esse sistema desenvolvido para o Open Finance deve, ainda, viabilizar inovação no setor. O “Pix inteligente” é um desses casos. 

É seguro compartilhar meus dados?

Sim. Os dados são compartilhados com outras instituições somente após a permissão voluntária do cliente. É o titular da conta que define quais informações são compartilhadas e por qual período de tempo. Além disso, a qualquer momento, você pode cancelar essa autorização. 

A conexão entre as instituições financeiras ocorre por meio das chamadas APIs (sigla em inglês para interfaces de programação de aplicações). Basicamente, as APIs são padrões e protocolos de programação que permitem que os sistemas de diferentes instituições ‘conversem’ entre si.

“Além disso, toda solicitação de autorização para que o cliente compartilhe seus dados deve deixar clara qual é a finalidade desse compartilhamento, ou seja, ao fornecimento de qual produto ou serviço ele se refere”, explica o BC no site dedicado ao Open Finance.

A regulação do sistema é feita tanto pelo BC quanto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As regras publicadas nos atos normativos de ambos os órgãos abrangem responsabilidades pelo compartilhamento, que inclui as etapas de consentimento (autorização de compartilhamento), autenticação (verificação de identidade) e confirmação. 

Ainda de acordo com o BC, outros pontos de segurança são:

  • O cliente tem o controle total dos seus dados;
  • Todo o processo ocorre num ambiente com diversas camadas de segurança, com autenticação do consumidor e das instituições participantes;
  • Somente instituições autorizadas participam;
  • Regras de segurança cibernética precisam ser cumpridas;
  • Há regras também para responsabilização das instituições e de seus dirigentes;
  • O BC supervisiona todo o processo.

*Para o Finsiders Brasil