As perdas para instituições financeiras e consumidores com fraudes de transferência por pagamento autorizado, ou golpe do Pix, termo adotado no Brasil, devem ultrapassar os US$ 635,6 milhões (mais de R$ 3,4 bilhões) no País, no período de 2022 a 2027. É o que aponta o Relatório de Fraude Scamscope, desenvolvido pela ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData, empresa especializada em análise e dados mundiais.
O que é
A fraude de transferência por pagamento autorizado é o tipo de golpe no qual os criminosos coagem usuários a fazer uma ou mais transferências para uma conta de destino sob seu controle. Os fundos que saem das contas de clientes de instituições financeiras passam por uma ou várias “contas mula”, antes de serem coletados pelos fraudadores ou convertidos em ativos digitais difíceis de rastrear, como criptografia e NFTs. Em muitos casos, o contato do golpista com a vítima é feito por meio de engenharia social em redes de mídia social, por telefone ou aplicativo de mensagens.
O chefe de inteligência de pagamentos e soluções de risco da ACI Worldwide, Cleber Martins, explica que, no Brasil, os golpistas estão explorando o sucesso do Pix e se beneficiando de um atraso no desenvolvimento de processos e ferramentas para detectar transações fraudulentas. E isto dificulta a identificação de “contas mula” utilizadas para transferir fundos roubados.
Principais golpes
O Relatório de Fraude Scamscope levantou ainda as principais formas que os consumidores brasileiros estão sendo enganados:
- pedidos para fazer transferências como adiantamento do pagamento por um produto ou serviço (27%)
- pedidos para comprar um produto (20%)
- pedidos para investir em um produto ou empresa (17%)
- pedidos para pagar uma fatura ou saldo devedor (10%)
- pedidos de transferências por alguém que fingiu estar em um relacionamento romântico com a vítima (7%)
- pedidos de pagamentos alegando ser uma pessoa ou organização confiável, como a polícia ou o serviço postal (7%)
- outros (13%)
Ranking
Perdas por fraude do Pix por país (2022-2027) em ordem alfabética:
Arábia Saudita: US$ 25,3 a US$ 81,5 milhões
Austrália: US$ 793 a US$ 1.522,9 milhão
Brasil: US$ 246,7 a US$ 635,6 milhões
Estados Unidos: US$ 1.939,9 a US$ 3.030,8 milhões
Índia: US$ 393,7 a US$ 611,9 milhões
Reino Unido: US$ 587,2 a US$ 934,7 milhões