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Pix ainda não ameaça cartões — mas isso vai mudar, diz novo estudo

No entanto, estudo da GMattos mostra que o impacto da nova função do Pix sobre o cartão de débito depende da solução de alguns desafios

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Imagem: IA/Adobe Stock

Apesar da forte aceitação e crescimento, o Pix ainda não desbancou os cartões. Mas isso vai mudar. A modalidade por aproximação pode alavancar os pagamentos de pessoas para empresas. E o Pix automático tem potencial para substituir R$ 4 trilhões ao ano do volume de débitos em conta. Essas são as duas principais conclusões do mais recente estudo da consultoria GMattos, obtido com exclusividade pelo Finsiders Brasil.

“O Pix por aproximação tem o potencial de alavancar o crescimento dos volumes do Pix P2B, já bastante acelerado. Mas é preciso superar os desafios de sua implementação”, disse Gastão Mattos, sócio e CEO da consultoria.

O estudo analisou dados do mercado para interpretar o movimento dos arranjos bandeirados e o Pix, e identificar possíveis influências entre eles. Gastão considera que o potencial predatório do Pix por aproximação sobre o cartão de débito existe, mas é relativo.

O pagamento por aproximação já representa metade das operações com cartões. Mas em 70% dos casos, o uso se dá por aproximação do plástico e não pelo celular (carteiras mobile). O uso através das e-wallets exige que o aparelho tenha funcionalidade NFC — e que o cartão seja compatível com a tecnologia do celular.

Já o Pix automático, a ser lançado em junho de 2025, vai impactar diretamente o débito em conta. “Esta funcionalidade do Pix apresenta melhor usabilidade e menor custo para o ecossistema, daí a tendência de migração”, afirmou Gastão.

Pix x cartões

“No geral, o crescimento do Pix ainda não tomou espaço significativo dos cartões, ao menos, por enquanto. O crédito mantém trajetória de crescimento, e no débito é percebido a manutenção dos volumes (diminuição do crescimento)”, diz o estudo.

O grande impacto causado foi nas compras online, onde o débito perdeu espaço significativo. Gastão lembra, porém, que o e-commerce nunca foi muito relevante no para o cartão de débito. Por isso, este impacto não é refletido no volume total.

Considerando apenas as transferências via Pix de pessoas para empresas (P2B), elas já devem ter superado o volume do cartão de crédito no terceiro trimestre. “Embora a aceleração de crescimento seja superior em relação ao crédito e principalmente ao débito, este gráfico, com o histórico recente, não indica que esteja acontecendo substituição em grande proporção dos cartões para o Pix”, disse Gastão.