Cerca de quatro meses depois de ficar apta a operar como Iniciador de Transação de Pagamento (ITP) no Open Finance, a Cumbuca está lançando o seu ‘Pix inteligente‘. A funcionalidade estava em fase de testes com uma base reduzida desde a semana passada e nesta terça-feira (5/11) foi liberada para todos os usuários da fintech de compartilhamento de despesas, revela o fundador e CEO, Daniel Ruhman, em primeira mão ao Finsiders Brasil. A previsão anterior dada por ele era final de setembro.
O ‘Pix inteligente’ é a expressão mais popular – e até mais agradável, cá entre nós – para as chamadas transferências inteligentes. Em vigor desde abril, esse recurso permite transferências automáticas e programáveis via Pix entre contas de mesma titularidade. O processo se dá por meio da iniciação de pagamento. Até agora, os casos de uso públicos são para facilitar depósito em conta (cash-in), mas as possibilidades são diversas, de acordo com especialistas.
No caso da Cumbuca, o primeiro recurso será justamente o depósito de dinheiro via Pix sem precisar copiar chave ou alternar entre os aplicativos. Para isso, é necessário que o usuário conecte uma conta bancária via Open Finance. O único redirecionamento entre os apps ocorre nesta etapa do consentimento para compartilhar os dados pelo sistema. Em seguida, basta definir os limites diário ou por transação. A partir daí, sempre que a pessoa for adicionar saldo na Cumbuca, terá a opção de fazer isso manualmente ou apenas definindo o valor que deseja “puxar” da conta conectada por Open Finance.
Com a novidade, a Cumbuca se junta a um grupo ainda pequeno de instituições com a transferência inteligente já disponível para os clientes. Desde agosto, a Noh – de conta para casais – oferece o recurso para todos os seus usuários. Isso é feito em parceria com a fintech Iniciador, já que a Noh não é uma instituição regulada. O Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre, também liberou o ‘Pix inteligente’ há três meses.
Evolução
Nesta etapa inicial, a funcionalidade da Cumbuca permite uma transferência por vez e não dá para definir regras que automatizam as transações. Segundo o CEO da fintech, até o fim de novembro, a expectativa é evoluir para que o usuário possa estabelecer esses “gatilhos” e, assim, trazer o dinheiro automaticamente. Por exemplo, adicionar saldo todo dia 10. “Já percebemos que o grosso do nosso TPV [sigla em inglês para volume total de pagamentos] é no começo do mês”, cita Daniel.
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De acordo com o empreendedor, o ‘Pix inteligente’ é o primeiro passo no que ele vem chamando de Cumbuca 2.0. A ideia, diz ele, não é se transformar em um banco, mas funcionar como uma camada de software para as pessoas dividirem a vida financeira. Para colocar isso em prática, a iniciação de pagamento e o Open Finance de maneira geral são fundamentais.
Como um dos próximos passos, o fundador diz que no primeiro trimestre de 2025 planeja “embutir” Open Finance no cartão, produto com a bandeira Mastercard que a fintech lançou há quase um ano. “Estamos estruturando, ainda não posso abrir detalhes”, diz. “A base de tudo é captação e gestão de consentimentos no Open Finance.”
A Cumbuca é uma Instituição de Pagamento (IP) regulada pelo Banco Central. Possui licença apenas de ITP e, assim, não pode operar contas. “Não somos detentoras de conta”, explica o CEO. Para esse serviço, a fintech utiliza as soluções de um parceiro.
Fundada em 2021, a Cumbuca aposta na reinvenção da famosa conta conjunta. Pelo aplicativo, os usuários podem compartilhar o dinheiro e “rachar” despesas. Desde o início do negócio, a Cumbuca levantou pouco mais de US$ 3 milhões em investimentos.
