A Kanastra, de backoffice tecnológico para fundos estruturados e securitizações, obteve autorização do Banco Central (BC) para se tornar uma financeira. A aprovação do regulador está na edição de quarta-feira (18/12) do Diário Oficial da União (DOU).
Na prática, a fintech poderá evoluir sua Sociedade de Crédito Direto (SCD), licença que recebeu há dois anos, para uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) — nome técnico para as financeiras. Atualmente, há mais de 70 instituições desse tipo em atividade.
Com a nova licença, de acordo com a regulamentação vigente, a Kanastra passa a ter mais possibilidades de funding (fontes de financiamento). Isso porque as financeiras podem captar recursos do público por meio de diferentes instrumentos. Entre eles estão, por exemplo, Recibos de Depósitos Bancários (RDBs), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e Letras de Câmbio (LCs). Além desses, esse tipo de instituição pode levantar dinheiro por meio de Depósitos Interfinanceiros (DI), operações de cessão de créditos e Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Créditos – DPGE.
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Já as SCDs, que representam fintechs de crédito, podem operar apenas com recursos próprios. Ou seja, não captam depósitos junto ao público. Muitas delas, por exemplo, cedem os créditos de sua carteira a fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) para acessar outros “bolsos”. Utilizam, ainda, veículos de securitização como funding para suas operações de empréstimos.
Banking
A aprovação da Kanastra para atuar como financeira ocorre cinco meses depois que a empresa lançou a vertical de Banking as a Service (BaaS), conforme revelou Manuel Netto, um dos fundadores, em entrevista ao Finsiders Brasil. A ideia, assim, é servir os clientes de ponta a ponta – banking, gestão e administração de fundos estruturados como FIDCs e emissão de securitizações (CRIs, CRAs, CRs, debêntures).
Fundada em janeiro de 2022, a Kanastra surgiu com o objetivo de simplificar e automatizar o backoffice para fundos estruturados como FIDCs, além de veículos de securitização, a exemplo de CRIs e CRAs. Desde o início do negócio, a fintech captou cerca de US$ 34 milhões em duas rodadas. Em abril deste ano, a empresa anunciou a compra da Limine DTVM, instituição especializada em administração e custódia de FIDCs.
