Um estudo interno realizado pelo Grupo AG Capital, especialista em tecnologia e inteligência tributária para empresas, mostra que 434 das 546 empresas listadas na B3 fizeram algum tipo de aproveitamento tributário nos últimos cinco anos. O levantamento utilizou cruzamento de dados obtidos por meio de ferramentas de inteligência desenvolvidas pela equipe de tecnologia do grupo, além de softwares especializados.
O total de quase 80% pode parecer alto, mas ainda está aquém da realidade do mercado. A avaliação da consultoria indica que cerca de 99% das empresas pagam mais impostos do que deveriam. Isso acontece devido a alíquotas e variáveis fiscais que estão em constante atualização, além de mudanças nas regras tributárias.
Entre os principais fatores que geram pagamentos indevidos estão as verbas de caráter indenizatório, o RAT (Risco Ambiental do Trabalho), a inadequação do CNAE preponderante e a inclusão indevida de verbas não salariais na base de cálculo do INSS, como bônus e PLR.
Varejo
Entre os clientes do grupo, dentro e fora da bolsa, mais de 250 empresas, somente nos setores de varejo e terceirização, receberam de volta cerca de R$ 375 milhões. O valor representa, então, uma média de quase R$ 1,5 milhão por organização. No recorte apenas do varejo, foram mais de R$ 225 milhões devolvidos.
Douglas Farah, co-CEO e diretor de operações do Grupo AG Capital, explica que uma empresa com folha de pagamentos de R$ 1 milhão por mês, por exemplo, pode acumular até R$ 1,2 milhão em tributos pagos indevidamente em 5 anos. “Neste caso, a cifra representaria 30% do total de tributos pagos no ano nas guias previdenciárias. Esse é um valor que pode significar um grande impacto na saúde financeira de uma empresa”, afirma Farah.
Somente entre os clientes da consultoria, já foram recuperados cerca de R$ 6,8 bilhões nos últimos 14 anos. O destaque vai para as pequenas e médias empresas, que são cerca de 70% dos usuários do serviço.
*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação.
OvoCom
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