FRAUDES

Golpes com Pix dão prejuízos de quase R$ 3 bi em dois anos, diz Febraban

Estatística foi divulgada por Isaac Sidney durante 2° Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes

Isaack Sidney/Febraban | Imagem: print de tela
Isaack Sidney/Febraban | Imagem: print de tela

As fraudes e golpes financeiros no Brasil geraram um prejuízo de R$ 10,1 bilhões ao setor bancário nos últimos dois anos, segundo dados inéditos apresentados pelo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, na abertura do 2º Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária nesta terça-feira (11/3). O valor representa um aumento de 17% em relação ao período anterior, quando as perdas somaram R$ 8,6 bilhões.

O Pix, apesar de ser considerado um sistema seguro, tem sido utilizado como meio de escoamento de valores obtidos ilicitamente. Segundo Isaac, os prejuízos com golpes envolvendo essa ferramenta cresceram 43%, atingindo R$ 2,7 bilhões.

Diante do avanço da criminalidade digital, os bancos intensificaram os investimentos em segurança. Em 2023, as instituições financeiras destinaram aproximadamente R$ 5 bilhões para prevenir fraudes e crimes cibernéticos. Segundo Isaac, os aplicativos bancários permanecem inviolados, e as fraudes ocorrem principalmente por meio de técnicas de engenharia social, nas quais criminosos induzem as vítimas a fornecerem informações sigilosas.

Parcerias

A Febraban também tem reforçado a parceria com órgãos públicos para combater as fraudes. Há três semanas, a entidade lançou, em conjunto com o Ministério da Justiça, a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais. O acordo busca unir esforços entre setor privado e poder público para enfrentar os crimes financeiros.

“A solução passa necessariamente por várias mãos. Ou nos unimos, ou vamos sucumbir diante desses marginais cada vez mais sofisticados e sorrateiros”, afirmou Isaac, enfatizando que a criminalidade digital não afeta apenas o setor bancário, mas diversas áreas da economia, como o varejo e as telecomunicações.

O impacto das fraudes digitais no Brasil é expressivo. Segundo estudos citados por Isaac, os crimes virtuais e roubos de celulares geraram prejuízos de R$ 186 bilhões entre meados de 2023 e 2024. O presidente da Febraban alertou, ainda, que a cada hora são registrados cerca de 100 roubos ou furtos de celulares, sendo que os criminosos buscam acessar imediatamente aplicativos bancários para realizar transações fraudulentas.

Pesquisas recentes também indicam que, a cada hora, são mais de 4,6 mil tentativas de golpe financeiro no Brasil, além de 2,5 mil casos de consumidores que não recebem produtos comprados pela internet.

Endurecimento

Diante desse cenário, o presidente da Febraban defendeu o endurecimento da legislação contra crimes financeiros. Isso deve incluir a penalização de pessoas que emprestam contas bancárias para movimentação de valores oriundos de fraudes. Ele também cobrou maior rigor na responsabilização de dirigentes de instituições financeiras.

“Ainda existem fragilidades na abertura de contas, o que facilita a ação de fraudadores. Precisamos impedir que o setor bancário seja um canal de ilícitos para golpistas”, afirmou Isaac.

O presidente da Febraban concluiu sua fala reforçando a importância da cooperação entre bancos, setor público e órgãos de segurança para conter a escalada das fraudes financeiras e proteger os clientes bancários.