O Pix deve ultrapassar os cartões de crédito como o método de pagamento mais usado no Brasil para compras no e-commerce neste ano. A previsão é do Ebanx, a partir de dados do Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI), e faz parte do estudo anual “Beyond Borders 2025” da fintech de pagamentos.
“Previsões anteriores indicavam que ele ultrapassaria os cartões de crédito somente após 2026. Mas a intensa aceleração do Pix no ano passado antecipou esse cenário”, diz o estudo. Em janeiro, o Ebanx acreditava que os cartões de crédito continuariam sendo o método de pagamento líder no e-commerce em muitos países emergentes.
“Os cartões de crédito são relevantes para o comércio digital, e devem continuar crescendo, a uma taxa de 13% ao ano até 2027”, disse na época João Del Valle, CEO e cofundador do Ebanx.
Adoção impressionante do Pix
Vários fatores contribuem para o volume online do Pix, além de sua impressionante taxa de adoção e preferência do consumidor. Do lado do comerciante, as transações Pix são mais rápidas – confirmadas cinco vezes mais rápido do que cartões de crédito, de acordo com dados internos do Ebanx). Também são mais baratas (a um custo médio de 0,22% por transação, contra 2,2% para cartões de crédito, de acordo com um estudo do BIS de 2022). E fornecem uma liquidação muito mais rápida, com fundos disponíveis para os vendedores no dia seguinte.
De acordo com dados do PCMI, a maior parte do volume online atual do Pix consiste em varejo online e serviços digitais. Essas modalidades incluem vários pagamentos, como impostos, licenças e taxas de entidades governamentais e privadas, gastos com educação online e apostas esportivas, entre outros. E são as duas maiores verticais do comércio digital no Brasil.
O Pix também tem uma participação de mercado significativa em viagens online, onde os consumidores geralmente obtêm descontos ao pagar com Pix. E, também, em aplicativos de transporte e entrega, onde o pagamento instantâneo substituiu o dinheiro para transações de baixo custo.
Para setores como streaming e SaaS, onde a maioria das transações são recorrentes, o Pix tem um volume menor. Mas isso deve mudar logo, segundo o estudo. O Pix Automático vai trazer uma nova base de clientes para esses serviços recorrentes, já que 20% dos usuários de pagamento móvel no Brasil não têm cartão de crédito, de acordo com o Statista Consumer Insights.
“O Pix Automático definitivamente vai sacudir as coisas e revolucionar o cenário, desbloqueando novos casos de uso que talvez nem sequer imaginemos ainda”, afirmou Leandro Carmo, diretor regional do Brasil no Ebanx.
O estudo estima que essa inovação possa movimentar mais de US$ 30 bilhões no comércio eletrônico nos próximos dois anos.
Cartões digitais
Embora o Pix tenha revolucionado os pagamentos digitais, os cartões de crédito continuam sendo um pilar do e-commerce. No Brasil, 41% do volume transacionado via cartões no comércio eletrônico já vem de bancos digitais e fintechs, segundo o Ebanx. Instituições como Nubank, Mercado Pago e C6 Bank têm atraído milhões de clientes com plataformas intuitivas, ausência de tarifas e programas de recompensas.
O crescimento desse segmento reflete a transformação do setor financeiro no Brasil, com uma migração crescente para modelos digitais. Segundo o Banco Central, a base de clientes de bancos digitais saltou de 25 milhões para 100 milhões em três anos.