A TAG Investimentos, gestora de patrimônio com R$ 14 bilhões sob gestão, criou uma unidade de negócios para conectar startups ao mercado de capitais. O hub, batizado de TAG Edge, combinará crédito estruturado, investimento em startups e parcerias com grandes empresas.
Para comandar a iniciativa, a casa contratou Francisco Perez. Com mais de duas décadas em Venture Capital (VC) e estruturação de crédito, o executivo liderou o hub de inovação no Banco Alfa, antes da compra da instituição pelo Safra. Também cofundou a gestora de VC Inseed Investimentos (que se uniu à A5 e virou KPTL).
Em nota, a TAG informou que a meta do hub é estruturar uma carteira combinada de R$ 3 bilhões em até cinco anos. Conforme a gestora, o valor inclui operações de crédito por meio de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e fatia em startups via Fundos de Investimento em Participações (FIPs).
“Para nós, o futuro do mercado de capitais está na capacidade de criar ativos únicos e diferenciados, impulsionados por dados e tecnologia, capazes de transformar mercados tradicionais”, afirmou Thiago de Castro, CEO da TAG Investimentos, na nota.
Na largada, a TAG Edge priorizará os setores de agronegócio, varejo e serviços. A gestora justifica a escolha: são setores amplos, fragmentados, com baixa digitalização relativa e alto potencial de geração de dados e garantias. De acordo com a TAG, a ideia é ampliar as teses para os setores de mudanças climáticas e saúde.
“Enxergamos uma lacuna relevante no mercado. A maioria das startups que têm crédito no seu modelo de negócio encontra dificuldades para acessar funding estruturado, seja via antecipação, financiamento ao cliente ou estruturação de garantias”, disse Francisco.
FIDCs para fintechs
A montagem de FIDCs para fintechs, às vezes combinando isso com uma participação societária, não é bem uma novidade entre as gestoras de recursos independentes.
Um caso é a SRM Ventures, da SRM Asset, que tem um fundo de R$ 500 milhões e 15 empresas no portfólio. Outros exemplos incluem Solis e Empírica (comprada há um ano pela Reag Asset Management), que estruturam fundos desse tipo há alguns anos.