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Banco Central vai anunciar novo 'roadmap' do Open Finance em 22/5

Iniciativas para 2025 e 2026 serão apresentadas em reunião do Conselho de Administração do ecossistema em 22/5

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Bancos e fintechs | Imagem: Adobe Stock
Bancos e fintechs | Imagem: Adobe Stock

O Banco Central (BC) vai divulgar na semana que vem um novo cronograma com pautas prioritárias para o Open Finance até o fim do ano e 2026, de acordo com três fontes a par do assunto. A lista será apresentada em reunião do Conselho de Administração do ecossistema com o regulador no próximo dia 22/5, apurou o Finsiders Brasil. O roadmap deve trazer iniciativas em andamento, com eventuais alterações de prazo, assim como novos itens.

Embora não haja detalhes sobre o anúncio, é possível ter algumas “pistas” com base nas últimas informações e declarações do regulador. Até agora, o que se sabe é que os esforços estão concentrados em duas frentes. Uma delas tem a ver com o funcionamento do ecossistema, a profissionalização da estrutura de governança e a criação de medidas para melhorar a qualidade dos dados que trafegam entre as diferentes instituições.

Já na agenda evolutiva, o BC e o mercado trabalham em novos produtos. Um deles é a portabilidade de crédito, prevista para o fim de 2025, conforme a autarquia. Além disso, para este ano e o próximo, o regulador já disse que estudará outras portabilidades, como as de salário e investimentos. 

Outra decisão, esta aguardada pelo mercado de cartões, é a sua inclusão no “trilho” do Open Finance. A proposta preservaria o modelo de quatro partes tradicional da indústria de cartões — com emissores, credenciadores, bandeiras e lojistas. Ao mesmo tempo, reduziria reduzir atritos na experiência de compra online. O iniciador de pagamento, habilitado no Open Finance, coletaria os dados do cartão diretamente com o banco emissor e os repassaria ao credenciador, permitindo a realização da transação sem que o consumidor precise digitar informações como o número do cartão ou o CVV. A solução mira situações em que há maior fricção, como compras únicas por link ou lojas que não armazenam dados de pagamento.

De olho nas PJs

Desde o ano passado, o BC também vem discutindo com o mercado iniciativas para melhorar o Open Finance para pessoas jurídicas (PJs), especialmente pequenas e médias empresas (PMEs). 

Embora não tenha dado detalhes, em uma live no mês passado, o secretário-executivo do BC, Rogério Lucca, disse que uma das medidas em estudo é a possibilidade de as empresas disponibilizarem seu fluxo financeiro de forma padronizada para as instituições financeiras. “E outro serviço que estamos pensando é em um ambiente para que os clientes recebam ofertas de crédito de diferentes instituições”, afirmou.

Sucesso mundial

Com cerca de quatro anos e três meses de lançamento, o Open Finance no Brasil é considerado uma referência no mundo. Ao final do primeiro trimestre de 2025, o sistema contabilizava cerca de 50 milhões de clientes únicos e 74 milhões de consentimentos ativos, conforme o Dashboard do Cidadão. De acordo com o BC, o sistema financeiro no País tem aproximadamente 221 milhões de clientes. Ou seja, é grande o potencial de expansão do Open Finance.

“O aumento no uso do Open Finance está fortemente correlacionado à crescente oferta de benefícios concretos aos clientes a partir de dados ou serviços compartilhados. São exemplos desses benefícios: crédito mais barato, investimentos mais rentáveis, melhores soluções de pagamento, gerenciadores financeiros, dentre outras possibilidades”, destacou o BC no último Relatório de Estabilidade Financeira, publicado em 29/4.

O Finsiders Brasil questionou o BC em relação ao novo cronograma do Open Finance e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

(Colaborou Léa De Luca)