
O Banco Central (BC) vai ampliar as funcionalidades do Registrato, plataforma que reúne dados financeiros do cidadão, com a inclusão de novos relatórios previstos para 2026. A novidade foi anunciada nesta segunda-feira (26/5) por Izabela Moreira Correa, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta da autarquia, durante entrevista coletiva.
Entre as novas informações que estarão disponíveis no sistema, estão: marcações de chaves Pix com indícios de fraude; lista de instituições que receberam consentimentos para compartilhar dados via Open Finance; e relatórios sobre consórcios contratados pelo cidadão.
“Neste ano, também ampliamos a segurança de acesso, com verificação em duas etapas”, comentou Izabela. Lançado em 2014, o Registrato já permite acessar relatórios sobre contas bancárias, financiamentos, operações de câmbio, chaves Pix, cheques sem fundos, entre outros. De lá pra cá, segundo ela, houve a emissão de mais de 83 milhões de relatórios.
Na área de atendimento ao cidadão, o BC passará a usar Inteligência Artificial (IA) em seu chatbot, o DIN. O objetivo é ampliar os assuntos sobre os quais o assistente responde. “Ainda não temos uma data específica, mas a implementação dessa solução será ao longo de 2025”, contou Izabela.
A diretora do BC revelou, ainda, que uma nova versão do Meu BC tem previsão de lançamento até o final de junho. A área logada do site vai unificar o acesso aos serviços do regulador em um ambiente logado com autenticação via Gov.br. A ideia é simplificar a navegação e permitir que o cidadão concentre suas interações com o BC em um único canal.
Outra novidade será a “central de autorizações” no Meu BC. Cada cidadão poderá autorizar até cinco pessoas – como familiares ou contadores – a acessar seus relatórios financeiros.
Abertura de contas bancárias
A partir de dezembro deste ano, o Meu BC contará com um novo recurso que permitirá ao cidadão informar que não deseja abrir novas contas (corrente, poupança ou de pagamento). Todas as instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN) serão obrigadas a consultar esse novo sistema antes de abrir contas para clientes.
“O objetivo do novo serviço é evitar a abertura de contas fraudulentas, com identidade falsa, ou a inclusão de um novo titular em contas conjuntas ou de novos responsáveis em contas de pessoas jurídicas”, informou o BC, em nota.
De acordo com o regulador, o novo sistema possibilitará ao cidadão reverter a informação, por tempo indeterminado ou não, conforme sua vontade, a qualquer momento. A ferramenta mostrará as ativações e as desativações realizadas, bem como as consultas feitas por instituições financeiras sobre a possibilidade de abertura de novas contas.
“As normas preveem o prazo de seis meses para que o próprio Banco Central e as instituições financeiras desenvolvam os sistemas necessários ao funcionamento do meu serviço. Nesse mesmo prazo, se necessário, as instituições poderão rever seus processos e seus procedimentos”, disse o BC.
No ano passado, o regulador recebeu 770 mil reclamações. Dessas, 130 mil foram sobre contas, informou Izabela na coletiva. “Não foram necessariamente sobre abertura de conta ou fraude em contas. Dentro desses 130 mil, há outras demandas”, disse a diretora do BC. Atualmente, o sistema financeiro no Brasil possui mais de 1,3 bilhão de relacionamentos bancários vigentes.