FIM DA NOVELA

Decisão do STF revalida decreto do governo que aumenta IOF

O ministro Alexandre de Moraes, contudo, decidiu retirar a parte que prevê a incidência do IOF sobre operações de risco sacado

Alexandre de Moraes/STF | Imagem: Valter Campanato/Agência
Alexandre de Moraes/STF | Imagem: Valter Campanato/Agência

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (16/7) manter a validade do decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A regra foi editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio. As informações são da Agência Brasil.

Moraes, contudo, decidiu manter de fora a parte que prevê a incidência do imposto sobre operações de risco sacado.

A decisão do ministro também confirma a suspensão do decreto legislativo do Congresso que derrubou o decreto de Lula.

Constitucional

Moraes disse que o trecho que prevê a incidência do imposto sobre entidades abertas de previdência complementar e entidades financeiras está de acordo com a Constituição.

“Não houve desvio de finalidade e, consequentemente, não há mais necessidade de manutenção da cautelar, pois ausente o risco irreparável decorrente de eventual exação fiscal irregular em montantes vultosos”, afirmou.

No entanto, o ministro entendeu que a parte que trata da incidência de IOF sobre operações de risco sacado extrapolou os limites da atuação do presidente.

“As equiparações normativas realizadas pelo decreto presidencial das operações de risco sacado com operações de crédito feriram o princípio da segurança jurídica, pois o próprio poder público sempre considerou tratar-se de coisas diversas”, completou.

Vaivém

No mês passado, o decreto foi suspenso após votação do Congresso. Com isso, o PSOL, o PL e a Advocacia-Geral da União (AGU) entraram com ações na Corte.

No início deste mês, Moraes decidiu levar o caso para conciliação. E suspendeu tanto o decreto de Lula como a deliberação do Congresso que derrubou o ato do presidente.

A decisão veio após o Governo e o Congresso não chegarem a um acordo durante audiência de conciliação promovida em 15/7 pelo STF.

Contexto

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou um decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.

A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, versão que foi derrubada pelo Congresso.