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RegCheq vai aplicar IA ao negócio, consolidar sua expansão no Brasil e comprar uma empresa no México, diz CEO

Cristóbal Concha/RegCheq
Cristóbal Concha/RegCheq

Até o final do ano, a empresa de tecnologia RegCheq vai incorporar inteligência artificial em suas operações com o objetivo de fazer controles mais preditivos; também vai consolidar a expansão no Brasil e adquirir uma empresa no México. A informação é do CEO e cofundador da RegCheq, Cristóbal Concha.

A RegCheq criou um software para automatizar e digitalizar os processos de compliance regulatório referente a AML (Anti-Money Laudering/PLDFT, ou anti lavagem de dinheiro). Desenvolvido por especialistas, o programa ajuda a cumprir as obrigações regulatórias de forma digital, automatizando processos e controles de devidas diligências usando um modelo SaaS (Software as a Service). A solução busca implementar boas práticas de AML e auxiliar no monitoramento ativo de clientes, fornecedores e colaboradores.

Leia a seguir trechos da entrevista com Concha:

– Como a RegCheq nasceu?

Existe um grande volume de empresas que precisam de ajuda para cumprir as obrigações regulatórias de forma eficiente e com custos razoáveis. Então, baseado nesse fato e em conjunto com o Gonzalo Restini (Co-Founder e Managing Director da Fintech), tivemos uma série de ideias para poder ajudar a solucionar esse problema.  A partir disso, vimos a possibilidade de automatizar esses processos e fazer um software dedicado. Foi aí que nasceu a RegCheq, um sistema que automatiza, digitaliza e centraliza todos os processos e controles, inicialmente relacionados com a prevenção à lavagem de dinheiro. 

– Em poucas palavras, o que você está oferecendo?

A possibilidade de ter controles efetivos dentro das empresas para prevenir crimes que possam ocorrer dentro dela, além da obrigação legal, que é mandatória. Entendemos que o conceito de transparência também está ligado ao de responsabilidade social corporativa e de modernização empresarial. Ter esse tipo de controle é muito importante ao interesse das empresas em não ser utilizadas por terceiros para cometer crimes, além do cumprimento das obrigações legais. No Brasil, a Lei Nº 9.613, de 3 de março de 1998, estabelece os setores econômicos obrigados a ter controles para prevenir a lavagem de dinheiro, assim como as disposições processuais. 

– O que procuram as empresas que escolhem os seus serviços?

Um dos motivos pelos quais os clientes nos procuram é por questões legais. Os reguladores, como por exemplo o COAF em determinados setores econômicos, podem te fiscalizar. As empresas que são consideradas como sujeitos obrigados precisam estar preparadas para isso. Há também clientes que chegam por meio de relacionamentos com outros públicos de interesse. Por exemplo, temos muitos clientes que fazem negócios com terceiros, seja um banco, parceiros locais ou com empresas multinacionais. Nossos clientes precisam ter um padrão de mitigação de risco da contraparte.
Em outras palavras: entender com quem se faz negócios é fundamental. Há exemplos recentes no país que mostram o risco de não conhecer os parceiros de negócios e suas cadeias de fornecedores.

– Em quais países você está presente?

Hoje operamos no Chile e no Brasil. Também estamos iniciando uma operação no México neste segundo semestre por meio da aquisição de uma empresa local.

– Como são financiados?

Fizemos duas rodadas de financiamento. A primeira foi uma rodada de seed capital, com a qual começamos e onde participaram investidores britânicos e chilenos. 
Em janeiro de 2022 fizemos uma segunda rodada seed com fundos de Venture Capital, liderada pelo Consorcio Venture Capital. Também houve participação do Grupo Sable, ligado à família chilena Quiroga e Gómez.

– Quanto vocês tem crescido?

Ainda estamos investindo muito, a última rodada de investimento foi de US$ 1,6 milhão. Estamos gerando vendas de forma sustentada, crescemos 300% em relação ao último ano. Além disso, estamos constantemente incorporando novos clientes mês a mês, mas o principal investimento deste ano é a internacionalização e nos consolidarmos como uma solução regional LATAM. 

– Quais planos de expansão você tem ou quais projetos você está gerenciando?

Estamos trabalhando em um plano para incorporar data analytics na nossa solução. No fundo, queremos incorporar inteligência artificial (IA), mas realmente soluções de IA, não meramente incorporar ChatGPT.
Com isso teremos a capacidade de fazer controles mais preditivos. Para entregar estas funcionalidades, precisamos de um período de coleta de dados, que é o que estamos fazendo hoje. Já temos condições de começar a usar e desenvolver data analytics para controles de mitigação de riscos preventivos. Estaremos incorporando estas funcionalidades durante o segundo semestre.  

– Quais os planos para o Brasil?

Estamos com uma equipe especializada dedicada somente ao mercado brasileiro. No último ano trabalhamos bastante na adaptação e tropicalização do software para as necessidades dos clientes do país, buscando dados locais para complementar os dados internacionais que entregamos. Desta forma, o cliente brasileiro tem acesso a inúmeras fontes de informação e pode ter uma visão muito cristalina sobre o risco de lavagem de dinheiro no seu negócio. Nossa carteira de clientes tem crescido e estamos conquistando parceiros de negócios cada vez maiores.