Cartões | Imagem gerada por IA/Adobe
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O setor de meios eletrônicos de pagamento movimentou R$ 2,2 trilhões no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O crescimento foi de 9,9% em relação ao mesmo período de 2024. No segundo trimestre, o volume chegou a R$ 1,1 trilhão, avanço de 10,4%.

O cartão de crédito respondeu por R$ 1,5 trilhão no semestre, alta de 14,4%. O débito ficou estável em R$ 484,8 bilhões, e o pré-pago somou R$ 190,1 bilhões, com alta de 4,8%. Foram 23,2 bilhões de transações no período, crescimento de 5,2%, o que equivale a cerca de 128 milhões de pagamentos por dia.

Os pagamentos por aproximação somaram R$ 883 bilhões, aumento de 37,1% em um ano, e já representam mais de 70% das compras presenciais. As compras não presenciais, realizadas pela internet ou aplicativos, movimentaram R$ 537 bilhões, com crescimento de 16,7%.

O presidente da Abecs, Giancarlo Greco, afirmou que o desempenho está em linha com as expectativas da entidade. “Já projetávamos que o setor encerraria o ano próximo de R$ 4,5 trilhões em volume transacionado. O resultado do semestre confirma essa trajetória”, disse durante apresentação a jornalistas nesta quarta-feira (20/8).

Inadimplência de 8,5%

A taxa de inadimplência no crédito chegou a 8,5% em junho, cerca de um ponto percentual acima de 2024. “É um crescimento que precisa ser acompanhado, mas não vemos isso como um problema estrutural. O cartão de crédito apresentou uma das menores variações em comparação a outros produtos de crédito”, afirmou.

Segundo ele, o saldo do crédito rotativo segue representando uma parcela pequena do mercado. “O rotativo não tem um peso relevante dentro do endividamento total. Hoje está em torno de 2,5% da carteira. O grande volume do crédito no cartão está no parcelado sem juros”, explicou.

Consumo e setores

Os gastos no exterior também cresceram. Brasileiros desembolsaram US$ 8,2 bilhões no primeiro semestre, alta de 5,5% sobre 2024. Já os estrangeiros gastaram US$ 3,2 bilhões no Brasil, avanço de 12,1%.

No varejo, os setores que mais avançaram foram livrarias e afins (38,3%), roupas e acessórios (17,7%) e eletrônicos (14,1%). Nos serviços, o maior crescimento ocorreu em profissionais liberais (36,4%) e serviços médicos (21,2%).

Para Giancarlo, os números mostram que a expansão do uso dos cartões acompanha a atividade econômica. “Onde o cartão é aceito, ele é usado. Isso tem se repetido ano a ano e não deve ser diferente no segundo semestre, que tradicionalmente concentra as maiores datas de consumo”, afirmou.