Opinião

"Unimos segurança e inovação" é o novo mantra do mercado financeiro

Com o ambiente cada vez mais favorável à proliferação de fintechs, bancos e financeiras tradicionais abraçaram de vez o lema “unimos segurança e inovação”.

Exemplos não faltam: Itaú/Iti; Bradesco/Bitz; BTB/BTG+; Sorocred/Afinz. E por aí vai. Em entrevistas, releases, comunicados e propagandas recentes, os “incumbentes” têm focado cada vez mais nessa união para combater as fintechs.

Além de lançar suas próprias plataformas digitais – ou de se repaginar, caso da financeira Sorocred – também estão investindo na aquisição de fintechs de pagamentos, de investimentos, de serviços, de tudo que tenha o potencial de mantê-los na liderança no novo cenário que se consolida dia a dia.

Os motivos são basicamente três:

1- A pandemia/isolamento elevou às alturas a importância de tudo que é digital. Os mais velhos aderiram a aplicativos de finanças, e os adolescentes – já naturalmente digitalizados – passaram a se interessar por finanças digitais.
2- Juros reais quase negativos incentivam até os investidores mais conservadores a olhar para ações e outras opções para aplicar seu dinheiro, como disse o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, aqui nesse vídeo.
3 – O advento do Open Banking e do PIX, patrocinados pelo Banco Central. A atual gestão do BC é francamente favorável à livre concorrência no setor.

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Certamente, tem gosto para tudo. Muitos clientes insatisfeitos com a burocracia, morosidade, filas e padrão de atendimento dos players estabelecidos preferem os novos bancos/soluções digitais; por outro lado, tem gente que não abre mão da segurança, solidez e tradição dos bancos e financeiras convencionais.

O fenômeno “unimos segurança e inovação”, que citei no começo desse texto, é a saída que os grandes bancos encontraram para atender ambos os grupos. Na verdade, há muitas nuances mais, apenas resumi de um jeito bemmm simplificado aqui para ficar mais fácil de entender.

Esse embate vem se desenhando já há alguns anos, conforme eu escrevi aqui e aqui, ainda em 2016. Mas os três motivos citados ali em cima acirraram ainda mais os ânimos.

Aguardemos os próximos capítulos. O desfecho está bem longe.

E vocês, o que acham? Quero saber. Comentem aqui embaixo!