A Trigg, fintech que tem como sócio majoritário Érico Ferreira, dono da Omni, vai passar a oferecer conta corrente digital a seus clientes a partir do ano que vem. A informação foi revelada hoje ao portal Fintechs Brasil pelo presidente da Trigg, Wellington Alves dos Santos.
Sem dar detalhes, Santos disse apenas que será uma conta digital, porém “back to basics”, ou seja, terá tudo que uma conta comum oferece, em termos de produtos e serviços. “Será diferente da dos concorrentes”, promete. “Estamos investindo no conhecimento da jornada do cliente e em usabilidade. Será uma conta que conectará as pessoas de fato”.
Criada em 2017 como um cartão de crédito completamente digital, a Trigg é uma fintech que investiu muito em tecnologia para democratizar a concessão de crédito. Hoje, seu público médio tem ao redor de 35 anos e ganha até R$ 3 mil.
“Temos um sistema de análises avançado e muita experiência no segmento onde atuamos”, diz Santos. A experiência, claro, vem em boa parte da Omni, que se especializou em financiar carros usados – e virou banco no ano passado. Mas também dele próprio: “Trabalhei na CSU CardSystem, Banco PAN, Lojas Marisa e Via Varejo; em 2017, fui para a fintech chinesa Wecash, uma das cinco maiores daquele país em crédito popular”, diz. Santos assumiu a presidência da Trigg no ano passado.
A pandemia do Covid 19 paralisou as investidas em novos clientes da Trigg em março e abril: “Decidimos esperar para entender melhor o cenário, e cuidar dos nossos próprios clientes, que já conhecíamos, e estavam precisando mais ainda de dinheiro emprestado”, afirma o executivo.
A Trigg vinha até então dobrando de tamanho a cada ano, mas no começo da quarentena chegou a achar que cresceria menos em 2020. Segundo Santos, porem, depois de junho a demanda voltou a aumentar: “Vamos crescer 120%. Temos aproximadamente quatro milhões de brasileiros querendo um cartão da Trigg”, revela.
O executivo não conta quantos clientes tem, mas diz que aprova cerca de 20% dos pedidos, ante uma média de 8% a 10% do mercado em geral – considerando as fintechs.
Além de aumentar a aprovação, a Trigg também aumentou os limites de crédito dos clientes e reduziu os juros; ao mesmo tempo, lançou seguro contra desemprego e redução de renda. “Com isso, ocupamos as lacunas deixadas pelos concorrentes, sem correr riscos desnecessários. A taxa de inadimplência segue baixa, principalmente considerando o pagamento da primeira fatura do cartão – e mesmo a carteira com um todo”, garante.
A Trigg já nasceu como um cartão de crédito com programa de cashback. Por isso, apesar de o cartão Trigg cobrar anuidade, Santos acredita que o programa compensa. “Nossos clientes são fiéis. Segundo dados da Visa, nossa parceira, para quem tem Trigg, o cartão é o primeiro da carteira, o preferido para as compras”.