O Guiabolso, fintech que nasceu em 2014 como agregador de contas para ajudar os brasileiros no controle da sua vida financeira, lançou em agosto a possibilidade de fazer transferências e pagamentos entre bancos na hora.
Foi uma antecipação ao PIX, sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central, que começa a funcionar em 16 de novembro. Agora, a meta da fintech é ser o primeiro “iniciador de pagamentos” do Brasil. A informação foi dada com exclusividade ao portal Fintechs Brasil por Gregorio Kelner, diretor da área de pagamentos do Guiabolso (GB).
“Vamos juntar todas as contas do cliente como se fossem uma, ou seja, o cliente poderá transferir, pagar um boleto ou investir dinheiro sacando de várias contas diferentes”, explica Kelner. Hoje, o GB já permite acesso do cliente a várias contas, mas como “iniciador” irá além.
“Se o cliente precisar pagar um boleto ou mensalidade, ou fazer um investimento ou uma transferência de R$ 1.000 – e tiver 10 contas de 10 bancos diferentes cadastradas no GB -, poderá, por exemplo, transferir R$ 100 de cada conta para isso”, explica. Essa é uma funcionalidade prevista pelo Open Banking, mas vai funcionar de forma geral para todas as instituições apenas no ano que vem.
Cartão de débito
Kelner explica que para oferecer transferências e pagamentos instantâneos aos seus clientes antes da entrada em vigor do PIX o GB teve uma “sacada” simples – mas que poucos perceberam: “O cartão de débito espelha a conta corrente do cliente. Para oferecer a transação instantânea entre bancos, bastou pedir que os clientes cadastrassem os dados dos seus cartões de débito. O cliente cadastra, faz um pagamento para o GB e o GB, por sua vez, faz a transferência para o destinatário final”, diz.
E nem é preciso cadastrar a senha: “Desde o advento do protocolo 3DS2.0 da Visa, lançado em março do ano passado, o checkout da transação com cartão de débito na internet não é mais dentro do banco”, explica. “Ficou igual ao cartão de crédito, basta fornecer os dados e o CV (código de verificação)”. E, segundo ele, o GB não cobra nada pela operacão.
No começo de outubro de 2020, o GB lançou para os clientes a opção de pagamento de boleto – agora, eles podem usar dinheiro depositado em qualquer uma das suas contas cadastradas na fintech para pagar.
A barreira de entrada para serviços financeiros ficou mínima – bancos médios que não atendiam pessoas físicas (Maxima, Pan, BTG, XP, B2S…), corretoras, varejistas… todos estão hoje abrindo contas digitais, diz Kelner. “Mas o GB não é nem quer ser uma ‘carteira digital’; com o simples cadastro do seu cartão de débito o cliente consegue fazer transferências 24/7 para qualquer conta de qualquer pessoa ou empresa”.
A origem
Quando o GB surgiu, focava em B2C – na gestão financeira automática de contas, crédito e investimentos dos clientes. Depois, virou um “marketplace” de produtos financeiros – oferecendo empréstimos, cartões, seguros e investimentos. “Agora, o foco mudou para transações financeiras”, afirma Kelner.
“Também temos uma área B2B, o GB Connect, uma solução de análise de crédito para empresas. Mediante a autorização do cliente, um varejista pode acessar seu histórico financeiro no GB. Isso ajuda quem precisa a conseguir o empréstimo que precisam”.