Um novo Spac – fundo negociado em bolsa, criado com o propósito especifico de comprar uma empresa – acaba de abrir seu capital. O Alpha Capital levantou US$ 230 milhões na Nasdaq junto a investidores e agora tem até dois anos para comprar um ‘unicórnio maduro’ na América Latina. Existem mais de 20 mil empresas de tecnologia na região, de acordo com a Crunchbase – e é bem possível que a escolha recaia sobre uma brasileira.
Os fundadores e patrocinadores da Alpha são Alec Oxenford, chairman e CEO, e Rafael Steinhauser, presidente e diretor. Ambos sos empreendedores nasceram na Argentina mas moram no Brasil. Além disso, o principal investidor do Spac é o brasileiro Innova Capital, de Veronica Serra.
A escolha do Alpha por empresas tech em estágio mais avançado de desenvolvimento é simples: para essas, o capital é mais escasso, já que os investidores anjo e fundos de venture capital preferem startups em estágios iniciais. Apenas para citar algumas fintechs brasileiras que parecem boas candidatas, temos Nubank, Creditas e PicPay – todas já sinalizaram que pretendem fazer seu lançamento de ações na B3 em breve.
Os Spacs, também conhecidos como “fundos do cheque em branco”, começaram a ganhar tração como alternativa de investimento em startups brasileiras recentemente. Não há ainda legislação específica para o veículo, por isso a maioria abre o capital no exterior. No ano passado, quase metade dos IPO nos EUA foi de Spacs, que levantaram US$ 80 bilhões. O primeiro Spac de brasileiros para investir em empresa brasileira foi o HPX, lançado em julho do ano passado, que levantou US$ 220 milhões. O veículo foi estruturado por Bernardo Hees, Carlos Piani e Rodrigo Xavier – respectivamente, ex-CEOs da Kraft Heinz, Equatorial Energia e Merryll Lynch no Brasil. No final do mês passado, o SoftBank anunciou um Spac de US$b 200 milhões para a América Latina.