Atualizada em 9/3
Transformar a Adiante em um superapp de crédito. Essa é a meta de Gustavo Blasco, fundador e CEO do Grupo GCB – holding que reúne, além da fintech Adiante Recebíveis, também o FMI, o GRCB e Peer Br. A ambição explica seus últimos movimentos no mercado, como a compra de uma empresa especializada em sistema de ERP que gera notas fiscais e boletos. O próximo passo é entrar no crédito sem garantia, ou crédito “clean”: serão empréstimos de até R$ 100 mil, de seis a 24 meses.
“Também vamos inaugurar um marketplace, pois nossos clientes são de diversos setores diferentes; comprando e vendendo uns dos outros na nossa plataforma, eles conseguirão emitir notas e boletos na hora, e nós poderemos oferecer as melhores condições para descontar seus recebíveis”, afirma. Segundo Blasco, a Adiante também tem acelerado o fechamento de parcerias – entre elas, com a corretora Wiz, a varejsita B2W e “outros grandes players”.
Lançada em 2019, a Adiante se especializou em antecipar recebíveis para empresas com faturamento em torno de R$ 7 milhões/ano, para as quais empresta no máximo R$ 100 mil. “Paralisamos as operações no ano passado, entre março e julho, por causa da pandemia. A inadimplência ficou na casa de 5% a 8% ao mês, mas fechamos cerca de R$ 12 milhões em negócios – bem menos do que os R$ 50 milhões do ano anterior”, revela. Sem arriscar previsões para este ano, Blasco está otimista com a nova regulamentação do mercado de recebíveis, que deve começar em junho pelos cartões de crédito. “O mercado negocia hoje em torno de R$ 800 bilhões, em três anos poderá estar negociando de R$ 2 trilhões a R$ 3 trilhões.
A Adiante foi criada para modernizar um negócio que o grupo GCB fazia desde 2014 de forma analógica, por meio da FMI Securitizadora mercantil – que antecipa recebíveis para pequenas e médias empresas sem acesso a linhas de crédito bancário. Para financiar as operações, emitiu uma debênture privada a um pool de clientes da GCB Investimentos – o primeiro negócio do grupo que existe desde 2009. “A Adiante é a única no mercado que faz todo o processo, de ponta a ponta, sem intervenção humana”, afirma. A segunda grande arrancada ele pretende fazer com o lançamento de uma gestora de fundos multimercados: “Vai abrir umz nova porta para alavancar nossa capacidade de antecipar recebíveis dos clientes, vamos ter um FIDC dentro de casa”, diz.
A quarta empresa do grupo, a Peer Br, é uma plataforma P2P para investimentos a partir de R$ 10 em ativos alternativos, como precatórios. “Estamos em busca de outros, como tokens de direitos autorais de música e de jogadores de futebol”, avisa.
Até agora, Blasco detém o controle do negócio. Embora diga que não precisa de recursos, admite estar avaliando a possibilidade de captação com bancos e fundos de venture capital.