TECNOLOGIA

Appmax lança banco digital que funciona todo por IA

Inicialmente, o Max - como a solução é chamada - será restrito à base de clientes da fintech e convidados; haverá ainda uma lista de espera

Max, banco digital da Appmax | Imagem: divulgação
Max, banco digital da Appmax | Imagem: divulgação

A Appmax, especializada em soluções de pagamento para e-commerces e negócios digitais, lançou na noite de quinta-feira (29/5) o Max, seu banco digital operado 100% por Inteligência Artificial (IA). De acordo com a fintech gaúcha, a proposta da solução é oferecer uma experiência bancária baseada em comandos de voz, texto ou imagem, dispensando botões e menus tradicionais.

Inicialmente, o acesso ao banco digital será restrito à base de clientes da Appmax, com foco nos empreendedores digitais, e convidados. A segunda fase prevê abertura gradual ao público geral, por meio de uma lista de espera.

A estreia do Max acontece dentro do WhatsApp, onde os usuários já podem realizar operações via Pix, como pagamentos e transferências. Segundo Betina Wecker, co-fundadora e vice-presidente de Novos Negócios da fintech, o aplicativo próprio será lançado daqui a 30 dias. “Vai ser o primeiro app do Brasil sem botão. É uma tela de conversa, como se fosse um chat com o Max. Não precisa mais dar oito cliques pra fazer um Pix, basta escrever ou falar o que deseja”, diz ela, em entrevista exclusiva ao Finsiders Brasil.

O sistema adota um modelo conversacional, similar ao de ferramentas como o ChatGPT, e se adapta ao comportamento do usuário. “O Max entende que cada indivíduo é único e permite, por exemplo, configurar níveis personalizados de segurança, como exigência de verificação facial a partir de determinado valor de transação”, afirma Betina. Além de embarcada no WhatsApp, a solução nasce integrada à Siri, assistente virtual da Apple.

‘Inverter a lógica’

A empreendedora ressalta que o banco digital foi criado para “inverter a lógica” tradicional, colocando a experiência do cliente no centro — e não a rentabilização do produto. “Os bancos querem que você faça oito passos para concluir um Pix porque lucram com o dinheiro parado. A gente quer facilitar. A experiência do cliente tem que vir em primeiro lugar”, observa.

O banco digital também tem integração nativa à plataforma de pagamentos da Appmax. Isso significa que os vendedores que utilizam a solução da fintech poderão solicitar saques e antecipações diretamente pelo Max, apenas com comandos simples, como “Max, saca meu R$ 1 milhão que vendi ontem”. “A gente consegue oferecer uma jornada completa de quem vende para quem compra, com uma experiência muito mais fluida”, diz Betina.

O sistema será capaz, ainda, de automatizar tarefas como recuperação de carrinho abandonado — uma funcionalidade já utilizada pela Appmax — e recomendação de recompra. Esse último recurso, por exemplo, é ideal para produtos de consumo contínuo (como suplementos alimentares). “O Max vai perceber que você está prestes a ficar sem creatina, e vai perguntar se quer que ele compre para você”, contou.

Novos produtos

Apesar de oferecer serviços gratuitos, o Max prevê gerar receita por meio de transações e da incorporação de produtos como cartão de crédito e investimentos, que devem ser lançados até o fim do ano. O banco digital atende tanto pessoas físicas quanto empresas desde o primeiro momento.

O anúncio do Max ocorre cerca de quatro meses depois que a Appmax recebeu autorização do Banco Central (BC) para atuar como uma Instituição de Pagamento (IP) regulada. Na ocasião, Betina também já havia revelado ao Finsiders Brasil alguns dos planos para o uso de IA.

Fundada em 2018, a Appmax soma mais de R$ 9 bilhões movimentados desde sua criação. Atualmente, a fintech possui mais de 10 mil clientes ativos, incluindo e-commerces, empresas de Software como Serviço (SaaS, na sigla em inglês) e infoprodutores. “Cerca de 38 milhões de brasileiros já compraram online usando a plataforma da Appmax. Essa é nossa base potencial para o Max”, diz Betina.

Plataformas conversacionais

A combinação de aplicativos conversacionais, como o WhatsApp, com a IA é uma tendência no setor financeiro. Não à toa, Grandes instituições financeiras, bancos digitais e fintechs estão embarcando diversos produtos e serviços financeiros na plataforma da Meta. Há exemplos de outros novos entrantes que já nascem com esse modelo. Entre eles estão a Magie e o Jota.

Pesquisa recente feita pelo PicPay apontou que oito em cada dez pessoas consideram a possibilidade de delegar as decisões a agentes autônomos baseados em IA para ter melhores retornos na vida financeira.