CRÉDITO

Inter aposta em "Pix Finance" para combater parcelado no cartão

Segundo Rafaela Vitoria, diretora de Relações com o Mercado do banco, novo produto está em testes e cobra taxas 50% menores do que as do cartão

Rafaela Vitória/Inter
Rafaela Vitória/Inter | Imagem: LinkedIn

O Inter está apostando em um novo produto, batizado de “Pix Finance”, para combater o parcelado no cartão. Pix finance é o nome do Pix Crédito do banco, que permite aos lojistas oferecerem parcelamento usando o Pix.

“O parcelamento no cartão veio para substituir os altos níveis de inadimplência que os lojistas colhiam com os carnês, boletos e cheques pré-datados nas vendas a prazo. No parcelado, a inadimplência também acontece, mas o risco fica todo com o banco. É um desequilíbrio.”

A afirmação foi feita por Rafaela Vitoria, economista chefe e diretora de Relações com o Mercado do Inter, durante o painel “A corrida das instituições financeiras pela principalidade e hiperpersonalização dos clientes”. O debate fechou o primeiro dia do evento ABBC Conecta 2024, realizado online pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC) nesta quarta-feira (21/8).

“No Pix Finance, cobramos juros em torno de 5,5% enquanto o do cartão está na casa dos 14%. Ao tirar adquirentes e bandeiras do meio da transação, o custo cai”. Rafaela explicou, porém, que o produto é novo e está em testes. E só é oferecido para clientes do Inter que já têm limites de crédito aprovados. A executiva relembra o debate entre bancos e adquirentes sobre o parcelado sem juros – que segundo ela, tem juros embutidos, sim.

Um app para um

A diretora do Inter disse que o banco acredita em hiperpersonalização, um extenso e variado mix de produtos, experiência sem fricção e inovação para convencer os seus mais de 30 milhões de clientes a usarem o banco como principal. Segundo ela, o Inter já conquistou a “principalidade” de 60% deles.

“Engajamento é crucial para manter a principalidade. E para conseguir mais engajamento, quando mais personalizado melhor. Futuramente queremos ter um app para cada cliente”, diz.

Rafaela lembra que hoje no Brasil quase todo mundo que tem CPF tem conta em banco. “O processo de bancarização já acabou”, diz, admitindo que os critérios para medir o quanto um cliente usa um banco hoje são relativos e estão em constante evolução. “Queremos ser o principal, mas entendemos que vamos sempre dividir alguma coisa com outros bancos. Por isso focamos em ser o principal aplicativo do cliente”, diz. Segundo ela, o Inter hoje detém 8% da quantidade de transações com o Pix.