ATUALIZADO EM 31/8 às 19h30
O Mercado Pago vai lançar cartão de crédito para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) com bandeira Visa, e parcelamento em 18 vezes sem juros para compras no Mercado Livre. Os vendedores da plataforma já têm cartão de débito e, a partir de setembro, poderão ter a função crédito acoplada ao mesmo plástico.
O banco digital quer ser o preferido desses clientes no Brasil, e além do novo cartão PJ, está investindo também no lançamento de um sistema integrado de pagamentos, e incentivando os clientes a aderirem ao Open Finance – em troca, acena com mais limite e menos juros.
A fintech não abre quantas PMEs atende, mas a carteira de crédito total no Brasil está na casa dos R$ 8 bilhões. Segundo pesquisa realizada em abril pelo Mercado Pago junto a 10 mil PMEs – universo composto principalmente por comerciantes com faturamento entre R$ 5 mil e R$ 50 mil – para 90% delas a maquininha de cartão ainda é o principal meio de pagamento. Isso, apesar do aumento das vendas com PIX (a modalidade preferida) e links de pagamento.
A informação foi dada por Tulio Oliveira, vice-presidente sênior do Mercado Pago no Brasil e Daniel Davanço, country head de Pagamentos para Empresas, durante evento anual para sellers Mercado Livre Experience (MeLi XP). Segundo estimativas da empresa, mais de 15 mil pessoas participaram do evento.
Os executivos revelam ainda que o Open Finance tem sido crucial para ampliar os limites de crédito de quem já é cliente e, principalmente, para aprovar empréstimos para novos clientes, reduzindo o tempo para criar um histórico de relacionamento. Hoje, mais de 80% dos créditos concedidos para novos vendedores já são orientados via Open Finance.
“Com o avanço do compartilhamento de dados e por meio do uso de machine learning, conseguimos ter eficiência para traçar o perfil de um novo vendedor para podermos atendê-lo melhor com uma oferta de crédito num curto prazo”, explica Oliveira.
O Mercado Livre já é a terceira instituição financeira a receber mais dados das movimentações financeiras dos clientes em outros bancos, segundo a consultoria Bip, baseada em dados públicos do Open Finance Brasil. A fintech do MeLi passou o Banco do Brasil no ranking em agosto.
A terceira frente está apenas começando: a integração de pagamentos. Batizada de Pago Integrado, permite a conexão de diversos sistemas de pagamento aos de gestão de maquininhas do próprio banco digital. Essa integração substitui o TEF e, segundo os executivos, representa uma solução maius barata principalmente para os vendedores que faturam por volta de R$ 30 mil por mês.
“Com o Pago Integrado, os pequenos e médios empreendedores têm mais segurança e controle na administração dos negócios”, afirma Davanço. “Uma gestão integrada permite ainda aos vendedores aprimorar o acompanhamento do desempenho dos negócios, garantindo melhores resultados”, finaliza.
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