
O Nubank deu um novo passo em sua expansão pelo mundo, agora com planos para além da América Latina. Nesta terça-feira (30/9), o banco digital fundado pelo colombiano David Vélez, pela brasileira Cristina Junqueira e pelo norte-americano Edward Wible anunciou que solicitou uma licença de banco nacional ao Escritório do Controlador da Moeda (Office of the Comptroller of the Currency, OCC) dos Estados Unidos.
De acordo com o fundador e CEO da Nu Holdings, David Vélez, o foco imediato segue nos mercados atuais. “Ao mesmo tempo, a solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”, afirmou o executivo, em nota.
A licença permitiria ao banco digital oferecer, no futuro, contas de depósito, cartões de crédito, empréstimos e até custódia de ativos digitais nos EUA. Em abril deste ano, a subsidiária Nu México recebeu aval da Comisión Nacional Bancaria y de Valores (CNBV) para se tornar banco em solo mexicano. Agora, aguarda aprovação operacional final.
Liderança na terra do Tio Sam
Cristina Junqueira, cofundadora e atual diretora de crescimento (Chief Growth Officer, CGO) da Nu Holdings, será a CEO da nova operação nos EUA. Ela mudou-se em tempo integral para o país. Em nota, a executiva disse que o propósito do Nubank é oferecer serviços financeiros digitais de classe mundial. “Apesar de ainda termos trabalho pela frente, acreditamos que, ao trabalhar em estreita colaboração com os reguladores, em breve estaremos em posição de ampliar nossa oferta para o mercado dos EUA como um todo.”
O conselho de administração da operação em solo norte-americano será presidido por Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC) e vice-chairman do Nubank. No colegiado, estarão ainda Youssef Lahrech, ex‑presidente e COO do Nu e atual observador do Comitê de Auditoria e Risco do Nu; Brian Brooks, CEO da Meridian Capital Group; e Kelley Morrell, ex‑Departamento do Tesouro dos EUA e hoje sócia da Highline Capital Management.
Fundado em 2013, o Nubank soma atualmente quase 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. No segundo trimestre de 2025, registrou lucro líquido de US$ 637 milhões, alta de 42% frente o mesmo período do ano anterior, em termos cambiais constantes (FXN). A receita total cresceu 40% em igual intervalo, alcançando o recorde de US$ 3,7 bilhões. O Nubank vale mais de US$ 76 bilhões. Analistas do JP Morgan projetam um valor de mercado de até US$ 140 bilhões para o banco nos próximos anos.
Mercado
O mercado norte-americano já despertou interesse de outro neobanco brasileiro, o Inter. A instituição da família Menin vem expandindo a oferta de produtos nos EUA, de olho em residentes – norte-americanos ou não. O banco desembarcou por lá em 2021, com a compra da fintech local Usend. E também está de olho em países na América Latina, entre eles, a Argentina.
Conforme estudo divulgado há cerca de um ano pelo site C-Innovation, são cerca de 85 bancos exclusivamente digitais na terra do Tio Sam. Os nomes incluem Chime, SoFi, Varo, Square, Mercury, entre outros.