A estratégia do Guiabolso para ajudar a transformar o sistema financeiro

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Um conteúdo Guiabolso

O setor financeiro brasileiro está passando por uma revolução, que será impulsionada com a chegada do Open Banking. E desse assunto o Guiabolso entende bem. A fintech evoluiu junto com a transformação do setor. De um aplicativo de gestão financeira, passou a ter uma oferta completa, com marketplace de produtos e serviços financeiros por meio de parcerias e, desde agosto do ano passado, também começou a permitir transferências instantâneas entre pessoas, antecipando-se ao Pix, sistema que seria lançado pelo BC em novembro.

Com mais de 10 milhões de downloads e 6 milhões de usuários conectados, o Guiabolso agora entra num novo momento. Com sua recém-lançada vertical B2B, a fintech quer preparar empresas para o Open Banking. “Estamos há nove anos vivendo o que as empresas estão começando a viver agora. Os dados são dos clientes, e agora isso está transparente”, observa Thiago Alvarez, CEO do Guiabolso e conselheiro do Open Banking no Banco Central (BC). Em paralelo, a empresa também vai acelerar sua expansão para América Latina — e já vem firmando acordos, como a parceria com a fintech mexicana Finerio. 

A trajetória bem-sucedida, contudo, teve bastante turbulência e obstáculos, lembra Alvarez. Há nove anos, ele e o amigo, hoje sócio, Benjamin Gleason, constataram um problema enorme: muitos brasileiros não entendiam nada das próprias finanças. Daí veio o estalo: criar um consultor financeiro que apoiasse as pessoas a gerir melhor os recursos.

O problema é que seria necessário fazer algumas perguntas financeiras básicas para os usuários, por exemplo, “quanto você ganha?” e “quanto sobra no fim do mês?”. Mas as pessoas não sabiam responder sequer a essas questões básicas. Até que os fundadores perceberam que quem tinha acesso às informações mais precisas eram os bancos — situação que permanece até hoje, mas vai começar a mudar com a implementação do Open Banking pelo Banco Central (BC).

Depois de uma longa trajetória, os empreendedores chegaram à conclusão de que o único caminho para ter acesso aos dados bancários das pessoas seria desenvolvendo uma tecnologia própria, porque os bancos não estavam dispostos a fornecer os dados. Isso exigiu dos founders abandonar tudo o que já havia sido criado e, assim, pivotar o negócio. Numa época, vale lembrar, em que nem se falava em aplicativos, muito menos em fintech.

Em abril de 2014, seria lançado o site do Guiabolso, com gestão financeira e conexão bancária e, só depois, o aplicativo. Foi preciso muito investimento em segurança, desenvolvimento de uma arquitetura pesada e uma tecnologia exclusiva e o resultado foi maior do que se esperava: a fintech entrou na lista dos aplicativos mais baixados com mais de 260 mil usuários.

A partir dali, o Guiabolso entrou no radar de todo o sistema financeiro. Afinal, estava antecipando um movimento que está se concretizando só agora, com a regulamentação do Open Banking no país. “Com certeza, seríamos questionados. Por isso, adotamos a estratégia de crescer. Se fôssemos pequenos, iríamos perder o combate”, relembra Alvarez.