
Quando Pablo Viguera e Uri Tintoré fundaram a Belvo em 2019, a aposta era que a infraestrutura de dados transformaria o mercado financeiro. Hoje, com o Open Finance consolidado no Brasil, a companhia não apenas construiu esses trilhos, mas se tornou um termômetro do setor. Presente no ecossistema regulado desde o “Dia 1”, a Belvo processa atualmente cerca de 10% dos mais de 143 milhões de consentimentos ativos no Brasil.
Esse volume massivo coloca a empresa lado a lado com gigantes como Nubank, Mercado Pago e PicPay. Mas a Belvo é a primeira e única “ITP pura” (Iniciador de Transação de Pagamento, uma infraestrutura B2B) no topo do ranking. Por isso, oferece uma visão privilegiada sobre como o brasileiro lida com seus dados financeiros.
Para quem olha de fora, “consentimento” pode parecer apenas um termo técnico regulatório. Na prática, ele é a unidade de confiança do sistema. Cada um dos mais de 15 milhões de consentimentos trafegados pela Belvo representa uma autorização do compartilhamento do histórico de uma conta bancária (extratos, limites, faturas) em busca de algo tangível.
Usuário já vê o benefício
Um dos principais aprendizados que essa escala trouxe foi a mudança na percepção do público. Se no início havia desconfiança, hoje a Belvo observa uma curva de adoção acelerada, impulsionada pela utilidade real.
O usuário final começou a entender a troca de valor. Ele compartilha os dados para acessar um crédito mais justo, conseguir uma condição de financiamento melhor ou garantir uma aprovação de cadastro instantânea. Isso, sem a burocracia de enviar PDFs de holerites ou extratos.
Os mais de 15 milhões de consentimentos trafegados pela Belvo, na realidade, são milhões de pessoas que de alguma maneira se conectaram para ter acesso a serviços financeiros que de outra maneira não teriam. A tecnologia oferecida pela 4ª maior ITP do Brasil ajuda empresas a trazer análises de dados de crédito mais justas. Assim, ajuda a ampliar a oferta de produtos financeiros para milhares de brasileiros que antes seriam excluídos desses serviços.
“Estamos observando uma aceitação cada vez maior. O público está vendo o benefício na ponta. Quando a pessoa percebe que aquele clique para compartilhar os dados resulta em uma oferta de crédito que ela não tinha antes, ou em uma experiência de onboarding muito mais rápida, a barreira cai. Nosso papel tem sido garantir que essa troca de informações gere valor real tanto para a instituição quanto para o consumidor final,” afirma Leandro Piano, CFO (diretor financeiro) e general manager da Belvo no Brasil.
Segurança e rastreabilidade
Para sustentar esse volume de dados sensíveis, a tecnologia precisa ser invisível, mas a segurança precisa ser absoluta. A Belvo construiu sua liderança baseada em protocolos robustos de segurança que garantem a integridade da operação. Isso, tanto na hora da conexão com os dados quanto no momento de extração de inteligência.
Desde o momento em que o usuário clica em “aceitar” até o uso do dado pela instituição financeira, todo o fluxo é monitorado e auditável. A operação segue rigorosamente as diretrizes do Banco Central (BC) e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Do compliance ao valor comercial
Essa obsessão por compliance é o que permite à Belvo atender tanto fintechs ágeis quanto grandes instituições financeiras tradicionais, garantindo que as regras do jogo sejam respeitadas sem comprometer a agilidade da conexão.
Um movimento que ganha força no ecossistema é o das instituições reguladas (S1 e S2), e cada vez mais também participantes menores (S3 e S4), que buscam parceiros especializados como a Belvo para transformar a infraestrutura em valor real de negócio.
As conexões de Open Finance construídas por essas instituições foram, inicialmente, feitas apenas para cumprir exigências do BC, porém agora elas querem ir além. Fazer a conexão mínima é uma coisa. Já extrair insights, categorizar dados, acelerar jornadas de crédito e traduzir tudo isso em ROI (sigla em inglês para retorno do investimento) é um desafio completamente diferente. E é justamente aí que ITPs se tornam estratégicos, já que reduzem a complexidade e encurtam drasticamente o tempo entre consentimento e resultado.
A Belvo também mostrou uma evolução bem sólida no uso de dados de Open Finance: o volume de requisições praticamente dobrou de dezembro de 2024 para novembro de 2025 — um crescimento de cerca de 110% no período. E o melhor é que essa expansão veio junto com mais qualidade: a taxa de sucesso, que estava em 52%, avançou para 63%. Isso mostra que a busca por soluções criadas a partir de dados de Open Finance estão sendo cada vez mais compreendidas e, consequentemente, buscadas pelas pessoas. E a Belvo segue apoiando essa expansão elevando o padrão de estabilidade e confiabilidade no ecossistema.
Inteligência e pagamentos
À medida que o Banco Central amplia a participação obrigatória e mais entidades entram no ecossistema, cresce também a procura por soluções que consigam aproveitar essa conectividade já existente e elevá-la a um patamar produtivo, com ingestão de dados mais robusta, inteligência pronta para uso e gestão eficiente de consentimentos. Esse movimento deve se intensificar ao longo de 2026, à medida que mais instituições percebem que o Open Finance não é só uma obrigação regulatória, mas uma alavanca concreta para eficiência operacional, redução de risco e criação de novas linhas de receita.
Olhando para os desafios futuros, a Belvo entende que o próximo passo do mercado é a sofisticação do uso desses dados. A empresa tem atuado para que seus clientes (credores, PFMs, processadores de pagamento) não apenas acessem as informações, mas utilizem camadas de inteligência para tomar decisões melhores.
Além disso, a frente de pagamentos segue estratégica. A Belvo tem liderado a implementação de novas funcionalidades do Pix através do Open Finance, como a Jornada Sem Redirecionamento (JSR), reduzindo o atrito e melhorando a conversão.
“Os desafios futuros do Open Finance no Brasil passam por refinar a experiência e expandir os casos de uso. Nossa estrutura, validada por milhões de transações no Brasil e também no México, está pronta para isso. Queremos continuar sendo a ponte segura e inteligente que permite ao mercado financeiro inovar com responsabilidade,” finaliza Leandro.
Ao unir escala massiva, segurança institucional e uma leitura precisa das necessidades do usuário, a Belvo reforça sua posição não apenas como líder de market share, mas como a infraestrutura de confiança do ecossistema.