Quase cinco anos após a Lei 13.932 de 2019 autorizar o saque-aniversário do FGTS, um produto derivado da mudança consolidou-se no mercado: o crédito pessoal com garantia do FGTS. De acordo com a Caixa Econômica Federal, que administra os recursos do FGTS, a modalidade cresce em média 111% ao ano desde 2020 e o saldo contratado já atingiu R$ 221 bilhões. Deste total, R$ 92 bilhões já foram repassados às instituições financeiras que emprestaram os recursos.
A proposta do saque-aniversário surgiu do governo como alternativa de socorro financeiro durante a pandemia da covid-19. Mas a adoção pelo mercado superou as expectativas iniciais.
O crédito com base no saque-aniversário é o equivalente a um desconto de duplicatas ou de recebíveis de cartão das empresas. O modelo permite que o trabalhador antecipe valores que receberia anualmente por meio do saque-aniversário. Com isso, ele resolve uma necessidade imediata sem contrair prestações mensais.
Na prática, o processo exige que o cliente opte pelo saque-aniversário e solicite a antecipação por meio de uma instituição habilitada. O valor correspondente aos próximos anos de saque é bloqueado na conta do FGTS, e a Caixa repassa diretamente à instituição financeira, anualmente, os valores acordados. O tomador não paga parcelas: o compromisso termina no ato da contratação. E, se quiser apenas simular, o trabalhador não precisa optar previamente pelo saque-aniversário do FGTS.
“É uma antecipação de um valor que já é seu, sem comprometer seu orçamento no mês seguinte. É uma forma de ter acesso a crédito sem passar por análise, já que o dinheiro é do trabalhador”, resume Amilcar Chaves, diretor da vertical de crédito da Matera.
Menor risco, juro mais baixo
A atratividade do modelo está no equilíbrio de interesses. Para o trabalhador, a principal vantagem é o acesso rápido a dinheiro com juros inferiores aos de outras linhas — as taxas giram entre 1% e 2% ao mês. Para o banco, o risco é pequeno. Quem paga é a Caixa. O valor já está garantido no fundo. O banco antecipa e recebe em parcelas diretas ao longo do tempo.
A modalidade é ofertada tanto por grandes instituições financeiras, quanto por bancos digitais e fintechs. “É um produto que o mercado gosta. Resolve uma necessidade sem endividamento mensal. É rápido, previsível, barato e seguro. Todas as condições que um bom produto de crédito precisa ter”, afirma Amilcar.
Matera reforça atuação
A Matera, empresa de tecnologia com mais de 30 anos de mercado, tem observado crescimento expressivo da demanda entre seus clientes e reforça sua aposta nessa linha. A companhia oferece tecnologia integrada com a Caixa para viabilizar o crédito pessoal com FGTS e vê a evolução do produto como parte de sua estratégia para consolidar liderança em crédito para pessoa física.
“Nosso sistema permite toda a formalização do processo via API. Isso dá liberdade para cada cliente criar a jornada como quiser. É um produto que temos domínio técnico e que ajuda nossos parceiros a escalar crédito com mais segurança”, diz o executivo. API é a sigla em inglês para interfaces de programação de aplicações, que permitem troca de informações entre diferentes sistemas.
“Já contamos com grandes clientes operando o Crédito Pessoal com garantia do FGTS, o que, aliado às nossas soluções de Consignado Privado e mais recentemente o Crédito do Trabalhador, consolida a Matera Crédito como uma provedora de tecnologia completa para o mercado de crédito voltado à pessoa física. Autoridade construída ao longo dos anos de atuação de seu time neste mercado”, complementa Amilcar.