Na terça-feira (5/11), foi instalado o Grupo de Trabalho Interministerial do Spread Bancário. A primeira reunião do grupo contou com a participação de grandes bancos, fintechs, indústria e sindicatos. Os objetivos foram a organização e definição das agendas de trabalho.
Eduardo Lopes, presidente da Zetta, esteve presente na reunião inaugural. Ele falou sobre os desafios da agenda e da importância de se debater soluções microeconômicas para a redução do spread bancário e, sobretudo, dos juros e do custo do crédito no país. As fintechs reforçaram a necessidade do incentivo à competitividade, incluindo o compartilhamento mais amplo de algumas bases de dados que já existem atualmente.
O grupo de trabalho terá coordenação política do secretário-executivo do Conselhão, Paulo Pereira, e coordenação técnica do Ministério da Fazenda. A meta é trazer propostas que levem à redução das taxas de juros praticadas no País, com relatório final previsto para março de 2025.
Além da Zetta, também participarão representantes de Febraban, Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Confederação Nacional da Indústria (CNI), bancos privados e públicos e das Centrais Sindicais.
Kinea aponta razões para Selic ainda mais alta
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por um novo aumento de 0,50 ponto percentual para a taxa básica de juros. Assim, a Selic chegou a 11,25% ao ano. O mercado já esperava a elevação do juro nessa magnitude e as projeções é que a Selic alcance patamares ainda mais altos.
É o que aponta Daniela Lima, economista-chefe para o Brasil da Kinea, gestora com mais de R$ 132 bilhões em ativos sob gestão. Em entrevista à Forbes, ela disse temer que as iniciativas divulgadas pelo governo em relação ao orçamento fiscal possam conter novos aumentos para a Selic.
“Acreditamos que o Lula irá trazer um pacote importante de controle de gastos, mas temos dúvidas se isso será o suficiente para acalmar o mercado e o câmbio. Não temos uma previsão de estabilidade de dívida. O governo continuará usando o BNDES para fazer política pública em um momento de economia aquecida e inflação alta”, afirmou a economista ao veículo.
Leia aqui a entrevista completa.
Eletrobras inicia operações na N5X
A Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, formalizou o início das operações na N5X, a futura bolsa de energia para negociação no mercado livre. Nesta fase inicial, a plataforma da N5X permite que os participantes do mercado de energia do ACL (Ambiente de Contratação Livre) façam a formalização de contratos padrão, de acordo com as leis e regulação do setor. Entre elas estão as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
“A Eletrobras estruturou a área de comercialização no início deste ano e tem registrado crescimento significativo tanto no número de clientes consumidores quanto nas interações e negociações com o ambiente de trading“, afirma Ítalo Freitas, vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia. “Essa expansão, que deverá se acentuar nos próximos meses, exige a segurança de uma plataforma que apresente soluções como a contraparte central, além de expertise e sócios relevantes, como é o caso da N5X.”
“A Eletrobras, assim como tantas outras organizações do setor, entende que é importante que o Brasil evolua na direção do que já é amplamente utilizado em outros países. E a criação da contraparte central é um importante passo para o amadurecimento do ambiente de comercialização brasileiro, além de potencializar a atração de agentes internacionais”, destaca a CEO da N5X, Dri Barbosa.
A contraparte central (CCP) é o que dá segurança aos investidores, já que se responsabiliza pelo risco de crédito. Assumindo o papel de vendedora ou compradora nas operações, ela garante a realização das transações. A negociação, neste caso, não ocorre diretamente entre um investidor e outro, mas entre o investidor e a CCP.
*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação.