A Americanas já admite vender a sua fintech AME Digital. Em comunicado enviado ontem 18/5 ao mercado, a empresa diz estar sendo “abordada de forma não solicitada por partes potencialmente interessadas nas operações da Ame” e que, nesse momento, tomou a decisão de iniciar um processo de avaliação de alternativas estratégicas para o negócio, que pode envolver contatos preliminares com os potenciais interessados. A Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro devido a um rombo de R$ 20 bilhões.
Em 22 de fevereiro, Fintechs Brasil publicou reportagem de Dario Palhares antecipando esse movimento. Na época, a Americanas disse apenas que “as operações seguem a normalidade”. Mas a startup tem créditos de R$ 974,8 milhões a receber de sua problemática empresa-mãe e, como reflexo da forte derrapada do grupo, sofreu alterações em sua cúpula, no início de fevereiro, com o afastamento da CEO Anna Christina Ramos Saicali, que ocupava o posto desde julho de 2018, e do diretor Fábio da Silva Abrate.
“Até o momento nenhuma decisão estratégica foi tomada sobre Ame, mas, caso a Americanas venha a perseguir algum tipo de desinvestimento ou parceria, organizará também um processo de Market Sounding nos moldes do que vem fazendo sobre Grupo Uni.Co e HNT”, diz o comunicado.
Em fevereiro, quatro consultores ouvidos na reportagem – Boanerges Ramos Freire, Bruno Diniz, Danilo Nascimento e Gastão Mattos – afirmavam que a fintech ia muito bem, e que estaria inclusive pronta para um spin off.
Ontem, a CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira, disse em evento com jornalistas que a fintech – a única mais bem colocada que o Nubank no ranking de reclamações do Banco Central – não deveria sobreviver por muito mais tempo.
Façam suas apostas.