A BYX Capital, fintech que surgiu há quatro anos para oferecer infraestrutura para crédito consignado, está abrindo seu leque de atuação. Há quatro meses, comprou a Sociedade de Crédito Direto (SCD) Nvio, que pertencia à Bitso. O valor pago não foi revelado. “A compra fortaleceu nossa estrutura de bancarização e proporcionou mais segurança na liquidação das operações”, diz Fernando Perreli, sócio-fundador e CEO da BYX, em entrevista exclusiva ao Finsiders Brasil. A empresa aguarda a autorização do Banco Central (BC) para concluir a mudança de controle e dar seguimento à integração da SCD à sua plataforma.
Além do consignado, a BYX está ampliando sua atuação para outras modalidades de crédito colateralizado. Ou seja, crédito com garantia real como home equity, financiamento de veículos e recebíveis de cartões. A garantia real reduz o risco da operação e permite juros mais baixos aos tomadores. “Somos uma plataforma para bancos e fintechs acessarem crédito estruturado de maneira eficiente”, explica.
Três pilares
A estrutura da BYX se baseia em três pilares principais: originação, produtos white label e securitização. Na originação, a empresa conta com uma área liderada por Caroline Hees, responsável por estruturar e otimizar a captação de clientes por meio de correspondentes, agências, lojas e canais digitais. Essa frente é essencial para garantir o volume de operações e uma distribuição dos produtos financeiros.
Nos produtos white label, fintechs e bancos que desejam ofertar as modalidades sob sua própria marca podem utilizar a tecnologia e infraestrutura da BYX. “Nosso papel é fornecer a base para que nossos parceiros possam operar de forma competitiva e eficiente”, afirma o CEO.
Já na securitização, a BYX intermedia operações para alocadores de capital, garantindo segurança e transparência na estruturação das carteiras. “Nosso modelo de securitização permite que investidores tenham confiança na solidez das carteiras que passam pela nossa plataforma, pois fazemos o acompanhamento até a liquidação final”, explica Fernando.
Além disso, a BYX tem investido em infraestrutura para atrair investidores e alocadores de recursos, oferecendo um ecossistema seguro para operações de crédito. A empresa também reforçou sua presença no mercado ao ingressar na Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), o que lhe permite maior participação em discussões regulatórias e no desenvolvimento de novas oportunidades para o setor.
Lucro da BYX
A BYX nasceu há quatro anos pelas mãos de Fernando e Victor Guidotti, ambos com longa experiência no setor financeiro. Fernando atuou no Bradesco, onde foi diretor de crédito consignado, enquanto Victor foi superintendente da área comercial no Nordeste.
Fernando faz questão de dizer que a BYX é uma fintech lucrativa. Diferentemente de muitas startups do setor, mantém um modelo de negócio sustentável, registrando lucro há três anos consecutivos. “Não somos uma fintech que queima caixa. Desde o início, estruturamos um modelo para crescer com rentabilidade”, afirma Fernando. Em 2024, registrou um lucro líquido de R$ 71 milhões, ante um resultado de R$ 28 milhões em 2023. A BYX tem 185 funcionários, dos quais 105 atuam na área de tecnologia, e atende cerca de 25 bancos e fintechs.