A iCred, fintech de crédito consignado, concluiu a captação de R$ 1,15 bilhão com a emissão de cotas em dois Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). A empresa divulgou as informações em nota nesta sexta-feira (19/12).
De acordo com a iCred, R$ 1 bilhão financiará as operações de crédito para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Já os outros R$ 150 milhões serão voltados ao consignado com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ao longo de 2026. Itaú BBA e XP Inc. coordenaram as ofertas que, segundo a empresa, asseguram recursos para a carteira de consignados até março de 2026.
Com o novo funding, a iCred prevê desembolsar R$ 4 bilhões em novas operações no próximo ano. A estratégia inclui o lançamento do Cartão Consignado INSS, do Consignado do Trabalhador e a liberação do pipeline comercial de INSS. Isso deve demandar ao menos R$ 3 bilhões em originação.
Em nota, a empresa disse que a operação combina fundos proprietários e tecnologia para ampliar a originação com controle de risco. O sistema utiliza Inteligência Artificial (IA) para cruzar dados públicos e reduzir etapas do processo. Dessa forma, permite aprovação e liberação de crédito em até 40 minutos, com pagamento imediato via Pix.
A ICred afirmou, ainda, que a expectativa é elevar o volume originado por colaborador de R$ 40 milhões neste ano para R$ 100 milhões em 2026. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) deve ficar acima de 60%.
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A fintech planeja reforçar a atuação comercial com a regionalização de 15 executivos. Em janeiro, também deverá lançar, em janeiro, um programa de incentivo e gamificação para uma rede de 60 mil correspondentes certificados, 2 mil gerentes comerciais e cerca de 200 promotoras de crédito.
Postura conservadora
O consignado privado passa por mudanças com a entrada em vigor do “Crédito do Trabalhador“. Alterações nas regras do FGTS, por sua vez, reduziram em quase 80% as antecipações do saque aniversário, conforme apontou recentemente a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
Em outubro, o Ministério do Trabalho informou a conversão de mais de R$ 3,7 bilhões em contratos antigos. A iCred aponta pendências operacionais, como escrituração, conciliação e execução de garantias em casos de demissão involuntária.
Em nota, a empresa disse que adotará uma postura conservadora nesse segmento, com R$ 500 milhões iniciais garantidos via colocação privada. A fintech afirma que usará critérios mais restritivos após observar ofertas agressivas em 2025.
“Constatamos que nos últimos meses, o mercado tem sofrido com a inadimplência, fruto de uma política de crédito que combina muito risco com taxas de juros muito altas. Queremos ir na contramão desse movimento, garantindo uma concessão eficiente com metade da inadimplência e uma taxa na casa de 3% ao mês”, afirmou Túlio Matos, CEO da iCred.
