ITP

Iniciação de pagamento movimenta recorde de R$ 3,2 bi em 2024

Volume transacionado na modalidade quintuplicou entre um ano e outro; número de 'players' se aproxima de 50

Pix
Pagamentos | Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

Considerada uma das grandes promessas para fazer o Open Finance deslanchar no Brasil, a iniciação de pagamento ganhou musculatura em 2024 e movimentou seu valor recorde. Neste ano, a modalidade deve dar um salto ainda maior com a implementação da Jornada Sem Redirecionamento (JSR).

Em 2024, as transações por meio da iniciação de pagamento via Pix totalizaram R$ 3,2 bilhões. A cifra representa mais do que cinco vezes os R$ 624 milhões registrados no ano anterior. O serviço vem crescendo mês a mês desde abril de 2024, quando não passava de R$ 150 milhões, de acordo com dados do Banco Central (BC).

Fonte: Banco Central

Além disso, a modalidade ultrapassou a marca de 1 milhão de operações mensais em dezembro último – no mesmo mês de 2023, por exemplo, somava pouco mais de 423 mil. No acumulado de 2024, foram quase 7,4 milhões de transações.

Quase 50 instituições

O avanço da iniciação de pagamento pode ser observado não apenas no aumento do número de operações e do volume financeiro, mas também na quantidade e diversidade de instituições que operam esse serviço no Open Finance. Hoje, há desde grandes bancos até empresas de tecnologia, passando por bancos digitais, fintechs e cooperativas de crédito.

Levantamento do Finsiders Brasil, com base nos comunicados da estrutura de governança do sistema, mostra que a lista de instituições aptas a atuar como Iniciadores de Transação de Pagamento (ITP) cresceu 74% entre um ano e outro. Em dezembro de 2023, havia 27 players nessa relação, número que saltou para 47 em dezembro de 2024. Com a recente adição de PagBank (antigo PagSeguro) e Dock, são 49.

Conforme dados disponíveis no Dashboard do Cidadão, no site do Open Finance Brasil, de outubro a dezembro de 2024, os maiores ITPs foram três fintechs: PicPay, Nubank e Mercado Pago. Significa, então, que as instituições tiveram o maior volume de chamadas de APIs nesse período.

Fonte: Dashboard do Cidadão/Open Finance Brasil

No entanto, quando consideramos o ano todo de 2024, o ranking muda um pouco de figura. Os três maiores iniciadores foram Nubank, PicPay e Bradesco. No ‘top 5’, aparecem ainda Itaú Unibanco e Santander. API é a sigla em inglês para interfaces de programação de aplicações.

Sem redirecionamento e mais…

Para especialistas, a grande novidade em 2025 será a JSR. O piloto dessa nova jornada começou em novembro do ano passado. Com previsão de lançamento oficial no final de fevereiro, esse novo mecanismo viabilizará o Pix por aproximação, para pagamentos no comércio físico.

A expectativa é que as transações em ambientes digitais, como e-commerces e marketplaces, também se tornem mais rápidas e simples, numa espécie de “clicou, pagou”. A funcionalidade vem sendo chamada de Pix por biometria. Isso porque a validação do usuário ocorre por meio de tecnologias de leitura de digital ou reconhecimento facial (Face ID).

Ainda como novidades para 2025, Marcelo Martins, especialista em pagamentos e fundador da fintech Iniciador, aponta a criação do Pix Automático, previsto para junho. Ele destaca também a evolução do Pix Inteligente – o nome que o mercado deu para as transferências inteligentes – e a chegada do Pix em lote.

“Em 2025, o Banco Central deve fazer uma força-tarefa para que a JSR ganhe mais adesão e seja mais estável, obrigando todos os bancos a participar da jornada e permitir que os usuários façam Pix por aproximação por meio de um número maior de instituições a partir de 2026”, disse Gabriela Santana, gerente de produtos da Sensedia, de soluções de integração baseadas em APIs, em comunicado recente sobre as novidades do Open Finance em 2025.